VAMOS PEDALAR?
Até Jesus, emocionalmente preparado para morrer, agonizando seus instantes finais, disse pra Deus que não queria mais morrer (“Afasta de mim este cálice…”). Curioso, até ele que sabia de tudo e tudo via, preferiu outra via que não a morte física, mas a vida vivida, como se via.
Ontem passeando com a minha amada num shopping olhei para uma vitrine e vi meu reflexo: meus cabelos negros, mesmo do alto dos meus 43 anos. Disse: “Si, sou um sujeito de sorte, pois meu cabelo ainda é pretinho…”. Não queremos morrer, e se possível, não queremos nem os sinais da maturidade que anunciam a aproximação da dona morte e o distanciamento da possibilidade de novas escolhas.
Considero Belchior o poeta da nostalgia, que olha o passado como um bem perdido: “…mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem.”
A Bíblia nos ensina também que morrer velho também é uma bênção. Ou seja, morrer não é uma bênção, mas envelhecer sim, paradoxalmente. Como que alguns de nós, ditos discípulos de Cristo, temos dificuldade em assumir alguns pressupostos básicos da existência humana!
Uma coisa legal em Deus é como Ele se preocupa com nossa saúde emocional e psicológica enquanto vivos. Ao nos prometer uma vida eterna na outra vida que não é esta vida, Ele nos conta de algo que não sabemos o que é de verdade, mas que nos conforta. Posto que morte não seja uma coisa boa, a possibilidade da eternidade nos tranqüiliza, tira ansiedade e permite que vivamos esta finita existência de maneira menos angustiante. Crer que a vida será eterna nos permite melhor curtir a finita vida. Deus é bem didático.
Viva a vida!
Por falar em pedalar, um filme que vale a pena ser visto.