Hoje eu e ele conversamos sobre todo o tempo que ele caminhou com as próprias pernas, sendo dono do seu próprio destino e comparando aquela com esta atual fase da sua vida: dependência total de Deus.
Uma analogia surgiu do assunto: Tanto antes quanto depois da conversão a vida oferece suas demandas e é necessário “pedalar” a existência, esforçar-se para obter qualquer tipo de conquista.
Pedalar! Ao mesmo tempo em que faz bem para o corpo e a mente, mantendo-nos vivos, ativos e produtivos, também cansa, faz transpirar… A vida é assim, muitas vezes este “pedalar” diário nos leva à exaustão. Cansa-nos mesmo. Por vezes dá até vontade de parar e, algumas vezes, até o fazemos, para repor energias.
A diferença entre o “pedalar” com ou sem a figura do Cristo em nossas vidas é que, sem Cristo estamos pedalando uma ergométrica. Existencialmente não saímos do lugar. O esforço é feito, a energia é gasta e tanto alguns benefícios do exercício quanto o cansaço vêem.
Mas quando entregamos a Jesus os desejos e projetos dos nossos corações, tudo muda de figura. Sim, ainda temos que nos esforçar, temos sim que pedalar (e… continua nos cansando) mas a ergométrica é substituída por uma bicicleta de verdade… Assim, saímos do lugar existencial.
Horizontes dantes inimagináveis nos são descortinados. Novas perspectivas, novas matizes: chuva, sol, frio, calor, auroras e crepúsculos se alternam dando cor, sensações, surpresas, riscos e o prazer do pedalar. Livre! É muito mais divertido! Também é muito mais desafiador, posto se pararmos de pedalar, a bicicleta cai! Mas os novos horizontes, a compreensão de mistérios espirituais que o mundo não pode compreender sem o Espírito Santo, as oportunidades e descobertas, a indescritível sensação de enxergar coisas que ninguém do mundo está de fato vendo, são prazeres impagáveis… Não tem mesmo o que pague. Não tem aventura maior ou melhor!
Entregar a vida a Jesus de Nazaré é largar a falsa segurança medíocre da ergométrica. É largar o “osso” da pseudo-segurança baseada em nós mesmos e em nossos pobres mutáveis valores: Uma atitude covarde– perdoem-me por dizer!
Entregar a vida a Jesus é lançar-se louca, frenética e apaixonadamente para a maior aventura da vida, numa bicicleta que nos levará a lugares existenciais jamais imaginados. Descobertas da alma. Do próximo. Da existência e da essência perdida, tão desejada, mas nos lugares errados buscada.
Como sou completo nesta louca, alucinada, inexplicável e indescritível escolha de vida! Como sou livre! Como morro de dó de quem está preso na escolha medíocre da ergométrica – falsa segurança!
(Sinto-me hoje livre para externar esta minha opinião, posto tantos sentirem-se livres para opinarem sobre a minha escolha de vida. Entretanto, continuo pedalando e procurando relacionar-me com todos, sem intolerância religiosa – coisa medieval.)
Meu amigo, Paulo, terminou nossa conversa dizendo: “Quanto tempo eu perdi, Luciano. Como me arrependo de não ter me entregue a Jesus antes, e ter vivido há mais tempo nesta qualidade existencial que hoje vivo”.
Como disse o outro Paulo, o apóstolo: “…Foi para a liberdade que Cristo vos libertou…”
Já que é para pedalar, que seja de bicicleta! Curta a paisagem e verdadeiramente Carpe Diem!
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