Como posso aceitar um deus que criou um planeta que cospe fogo por meio de vulcões, sendo que apenas um deles, o Vesúvio, soterrou com lava toda a cidade de Pompéia, matando em poucas horas todos os seus 30 mil habitantes? Uma crueldade divina.
Como posso crer num deus que permitiu que um asteroide atingisse a Terra há 65 milhões de anos, extinguindo todos os dinossauros? Um sadismo cósmico.
Como posso eu compreender um deus que fez um planeta todo errado… Um planeta vivo, que respira, que venta, que se movimenta, que promove chuvas fortes e fracas. Que cria ondas grandes e pequenas, que esquenta e que esfria. Que está vulneravelmente flutuante na Via Láctea, sem nenhuma grade de proteção para impedir que outros corpos celestes viajantes o atinja.
Aliás, como aceitar um deus que cria outros corpos celestes vivos e magnificamente viajantes, turistas intergalácticos, que em seus perpétuos passeios ameaçam o descanso dos planetas vizinhos?
Ou deus não existe ou ele fez tudo errado…
Se fosse feito por mim, o Planeta Terra, não teria ventos, nem marés, nem ondas, nem placas tectônicas, muito menos chuvas ou tempestades. Eu teria feito um planeta mais estéril, mais morto, mais paradinho.
Se eu fosse deus, não teria feito a evolução geológica, não… Nem qualquer manifestação da natureza.
Deus não poderia ter sido tão cruel permitindo a evolução das coisas. Deus deveria ter sido um pouco mais criacionista e menos evolucionista.
Revolto-me com deus por ele ter sido tão naturalista-evolucionista, dando ao planeta tanta liberdade de desenvolvimento e crescimento.
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PARTE II:
Como posso compreender um Deus que deixa tanta gente morrer de fome na África? Se eu fosse um deus não seria assim, mas eu mataria num grande terremoto os que oprimiram e oprimem os africanos. Se eu fosse um deus eu mataria afogadas (ou nem deixaria nascer) as pessoas que desmatam o Brasil, provocando catástrofes.
Como posso entender um deus que permite que os homens tenham o livre arbítrio? Herodes, Gengis Khan, Stálin, Hitler, Mao Tsé-Tung, Che Guevara, Somoza, Pinochet, Ceausescu, Saddam Hussein, Mugabe, Idi Amin-dada… Todos eles perpetraram holocaustos, torturas, censura política, corrupção, genocídios… Todos eles, em continentes diferentes, causaram a destruição e a morte de milhares, de milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças, em nome de regimes totalitaristas, de ideologias políticas, de uma sede sádica de poder. Mas se eu fosse um deus, seria diferente: Ou não deixaria você fazer o que você quer fazer ou providenciaria grandes tsunamis para acabar com todos os homens que fazem o que querem… Se eu fosse um deus, o mundo seria muito, muito melhor. Este seria um planeta de paz.
Se eu fosse deus, apenas eu seria o Grande Ditador, e não deixaria as pessoas fazerem o que querem. Não deixaria o homem ter poderes e vontades e assim não existiriam os ditadores sanguinários e nem pessoas morando em casas com mais de 200m². Todos seriam os meus títeres.
Como posso aceitar um deus que criou o homem, assim, tão cheio de liberdades? Tão dono de seu próprio nariz? Tão decisor entre o bem e o mal? Tão livre para amar e fazer o bem ou para matar e propagar o mal? Assim, tão… Humano!
Como posso eu compreender um deus que fez os homens que fazem as guerras? (seja guerra com o seu vizinho, seja contra outras nações). Que fez você que adultera? Que fez pessoas que traem os amigos? Que roubam do Estado? Que se fingem de cegos ante a injustiça social que promovem ao negar vê-la? Se eu fosse um deus, faria com que um asteroide caísse violentamente na cabeça destes homens voluntariosos.
Ou deus não existe ou ele fez tudo errado…
Se fosse feito por mim, o homem, não teria vontades, nem artes, nem poesia, nem paixão, ne, tesão, nem amor e sequer opinião própria. Eu teria feito um homem mais estéril, mais morto, mais paradinho.
Se eu fosse um deus, não teria feito a evolução humana ou qualquer manifestação emocional.
Ah! Se eu fosse um deus…
Luciano Maia
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E por falar em liberdades humanas, veja o que este filme publicitário nos revela sobre o mau comportamento dos indivíduos…
Este outro filme é outro exemplo que também nos faz pensar sobre nossas influências sobre os rumos da humanidade.