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VOCÊ ESTÁ EM SUA ZONA DE CONFORTO?

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Por Milca Rodrigues

Você sabe qual o propósito Deus para sua vida? Você teria coragem de sair de sua Zona de Conforto para seguir este propósito?

Nasci no interior de Minas Gerais nos anos 40, em Mantena, uma cidade de Minas Gerais que faz divisa com o Espírito Santo, região extremamente pobre e violenta à época. Eu era a mais velha de 13 irmãos. Meu Pai se casou com minha mãe quando ela tinha 12 anos de idade, ela era minha referência de fé, piedade e temor a Deus, seu cuidado em nos ensinar a Palavra de Deus em meio a tantas dificuldades e limitações são base para minha relação com Deus até hoje. Vivíamos em situação de pobreza na área rural do município. Assisti em várias ocasiões cenas muito fortes de violência extrema até dentro de minha casa que envolvia meu pai e suas aventuras com seus amigos e por vezes contra meus irmãos e até comigo. Apanhávamos com a mesma frequência com que ele estava em casa, ele passava a maioria do tempo fora e quando voltava trazia consigo toda a cultura de uma época que considerava inclusive a educação uma atividade inútil e prejudicial especialmente para mim que era mulher: “Só quer ir para a escola para aprender a escrever cartinhas para o namorado!”, dizia meu pai antes de me aplicar um castigo físico todas as vezes que voltava e ficava sabendo que eu tinha ido a escola.

 

Quando tinha por volta de 15 a 16 anos já trabalhava na pequena cidade em uma padaria e tinha um namorado sério, situação que desenhava um futuro promissor na visão da cultura da época, oportunidade para que minha condição de vida melhorasse. Porém, a situação precária que minha família vivia não me deixava confortável. Ver minha mãe e meus 8 irmãos (a esta altura 2 deles já haviam morrido de doenças típicas relacionadas a falta de estrutura médica comum naqueles anos no interior do Brasil) entregues à própria sorte por conta da ausência constante de meu pai passando necessidades de toda ordem, me deixava inconformada. Aproveitei então uma oportunidade que me foi dada e segui sozinha para Brasília, acreditando que tinha um chamado dado por Deus que pudesse mudar a realidade de minha casa.

 

Minha vida na Capital Federal, que estava em plena construção, era muito diferente de minha
realidade anterior. Morava na casa de um dos Senadores da Republica e servia quase como uma governanta, eu era uma menina esguia de cintura perfilada, branca de rosto harmonioso cabelos completamente dentro dos padrões de beleza da época. Frequentava a igreja local onde me sentia segura e feliz. Porém, minha família não saia de minhas orações e preocupações e pedi aos meus empregadores que guardasse todo meu salário até que tivesse o bastante para voltar a minha cidade natal, tira-los de lá e trazer para onde eu estava.

 

O resgate de minha mãe e irmãos aconteceu por minha própria iniciativa quando eu tinha 18 anos de idade. Segui sozinha de volta para pegar minha família, ao chegar lá embarquei a todos em direção primeiro a Belo Horizonte. Ao chegar na cidade descobri que o dinheiro não era suficiente para terminar a viagem em direção a Brasília quando então aconteceu algo que marcou profundamente minha vida espiritual. Estava no balcão da empresa de ônibus e pedi então que o operador emitisse 11 passagens que incluíam além de mim, minha mãe e todos os meus irmãos. Retirei de minha bolsa todo o valor que tinha sem pensar em nada, nem mesmo como iria me alimentar ou alimentar minha família no trajeto, e então descobri que o valor somente cobriria 7 das 11 passagens que necessitava.

 

Sentei em um banco em frente aquele local e de cabeça baixa chorava copiosamente e orava. Lembro que aquelas lágrimas escorriam por toda a minha roupa. Ouvi então alguém que nunca tinha visto antes me perguntar: “O que está acontecendo menina, porque você está chorando?”. Eu era uma garota extremamente tímida, mas por algum motivo respondi àquele homem e disse o que havia acontecido. Me lembro que durante todo o tempo não levantei a cabeça e nunca de fato vi seu rosto. Ele então me pediu todo o dinheiro que eu tinha nas mãos, se dirigiu ao guichê, adquiriu todas as passagens que precisávamos, voltou até mim e as entregou. Além das passagens ele inclui um valor em dinheiro e disse: “Leve a todos àquele bandejão, dê comida e em seguida descanse lá mesmo em um porão pois as passagens estão compradas para esta noite”. Minha percepção espiritual até hoje é que ele era um anjo enviado direto da parte de Deus para me abençoar no momento em que eu mais necessitei.

 

Sentia que Deus abria o mar para que nós pudéssemos passar. Então, disse Moisés a Deus:

Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. Êxodo 3:11

Esta passagem da vida de Moisés, personagem que admiro muito da bíblia, mostra ele duvidando do propósito de Deus. Baseado em sua percepção de incapacidade própria ele concluiu que não seria capaz de realizar algo que Deus havia determinado que ele fizesse. Na história que acabei de contar eu era somente uma menina, cheia de insegurança, traumas e dúvidas, mas senti que havia sido agraciada com o cuidado de Deus sobre minha vida e também com uma missão da parte de Deus: A de mudar a história de minha família que estava naquele “Egito”.

 

Agora já sou idosa porém minha memória, por vezes falha, nunca me traiu em trazer à lembrança inúmeras vezes em que Deus foi um Presente (como na visita do anjo na rodoviária) e sempre Presente em tantas fazes de minha vida. Gostaria de te desafiar a crer, a seguir em frente confiando que Deus tem sim propósito para sua vida não importa em que parte da caminhada com Ele você esteja. E gostaria de te estimular a continuar.

… atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar. Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Jer. 11, 29.

Uma das prerrogativas mais importantes dos anciãos e o de dar conselhos, aí vão alguns deles para sua vida espiritual:

  • Nunca deixe de ir à igreja é na comunhão que temos força de continuar vivendo em fé.
  • Tenha amigos próximos, irmãos de fé, compartilhe a vida cotidiana com eles, ore por eles e peça oração a eles.
  • Sirva às pessoas este é seu propósito como cristão.
  • Dê o dizimo de tudo, isso vai fazer você seguir entendendo de quem vem a provisão.
  • Crie seus filhos nos caminhos do senhor e mesmo que em algum momento parecer que eles não aprenderam nada sobre o Temor do Senhor, continue firme crendo. A Palavra de Deus nunca volta vazia, eles ouviram sim e as promessas vão se cumprir na vida deles.

 

Milca Rodrigues, 82 anos é Mãe de Jeferson e Nice Jane Ferreira. Avó de Karine Bell, Sophia Souto, Nicolas e Murilo Ferreira e Bisavó do pequeno Daniel Ferreira que você vê na foto.

Texto narrativo, descritivo, escrito por Jeferson Ferreira, seu filho, a partir de seu testemunho verbal.
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