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Criadores de Conteúdo

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Por Neudson Freitas

Sábado à tarde e a garoa que caia confirmava que estávamos mesmo em São Paulo. Alí, pertinho da Avenida Paulista, curtindo nosso momento a dois, pré-viagem para um novo destino. Eu e minha esposa, Mariela, depois de muito rodar por um shopping, resolvemos sentar pra almoçar, tomar um vinho e conversar. Aliás, um pequeno e discreto restaurante Italiano, com arquitetura que remete direto para a Grécia. Que lugar agradável!

 

Mariela resolveu me falar de uma pessoa importante e inteligente, que dava algumas dicas que poderiam ser úteis para a nossa próxima viagem. Ela entrou no Instagram e me mostrou a pessoa e alguns posts bem legais. Ao me interessar, eu logo perguntei: o que ela faz da vida? A Mariela disse: Não sei, mas vamos logo ver aqui no LinkedIn dela. Fomos lá correndo e descobrimos que a pessoa é uma “Criadora de Conteúdo”. Não teve como não rir. Ficamos pensando: “Que raio de profissão é essa? Criador de conteúdo!”. Pareceu-nos uma coisa “da moda” ou moderninho, que foi colocada ali para impressionar.

 

O nosso almoço estava mesmo muito agradável. Eu logo comecei a contar pra Mariela sobre um artigo que eu havia descoberto, escrito em 1986 (mesmo ano que ela nasceu). O artigo é intitulado On the Physical Death of Jesus Christ (sobre a morte física de Jesus Cristo) publicado no JAMA – The Journal of the American Medical Association. Nele os autores mostram que o processo de chicoteamento romano era terrivelmente cruel. Descrevem-se detalhes técnicos, que juntamente com a narrativa bíblica, proporcionam um panorama completo de todo o processo, desde o julgamento até a morte na cruz.

 

Antes do julgamento, narra-se em Lucas 22 que Jesus estava em profunda angústia e suou sangue. Apesar de ser um fenômeno raro, os médicos reconhecem essa característica como hematidrose, que pode ocorrer devido a altos níveis de estresse. Jesus foi violentamente chicoteado com um chicote de couro, com pequenas bolinhas de ferro nas pontas e ossos pontiagudos. Isso Lhe causou lesões internas e Sua carne foi rasgada, expondo a musculatura esquelética.

 

Depois disso, Jesus foi escarnecido, cuspido e, então, carregou a cruz até o Gólgota. Estima-se que a cruz pesava de 75 a 100 kg; e foi carregada por uma distância aproximada de um quilômetro. Durante a crucificação, o réu era jogado sobre a cruz no chão, e pregado com pregos de até 18 cm de comprimento nos pulsos e pés. A crucificação era um processo que produzia dor intensa e causava uma morte lenta e sufocante. Respirar era extremamente doloroso. A cada respiração, Jesus tinha que levantar as costas em carne viva, arrastando-a na madeira e apoiando todo o peso nos pés, que estavam pregados. Fato que aumenta a perda de sangue e causa dor terrível.

 

Ao terminar de contar isso pra Mariela, refletimos juntos que Ele fez tudo isso por nós. Ele veio e teve tão pouco; sofreu tanto. Mesmo assim, Ele nos deu acesso a um tempo de Graça. Estamos cercados de milagres cuidadosos que Ele nos deixou como herança. Desde que Ele se foi, temos visto a humanidade prosperar como nunca, porque o Espírito Santo de Deus desceu sobre toda a carne (Atos 2:16-17) e tem habitado a terra conosco e permitido que muitos homens realizem a plenitude dos seus dons, multiplicando talentos por toda a face da terra. Sim: Ele vive e observa com alegria o proveito que tiramos das heranças que Seu sacrifício produziu.

 

Ao pensarmos nisso, eu me emocionei. A Mariela também! Então, logo pensei: “Eu também sou um criador de conteúdo! Somos todos criadores de conteúdo!”. Quando nosso conteúdo é fruto do agir do Espírito Santo em nós, somos capazes de tocar uns aos outros, produzindo uma linda combustão que anima, gera paz e abre portas para superação. Sim: muitas vezes o que o outro (próximo de nós) precisa é somente uma palavra, uma acolhida.

 

Jesus nos disse:

“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.” (Mateus 25:35-36)

Ele foi claro ao dizer que “o que fizermos a um dos Seus menores irmãos, a Ele estaremos fazendo”. Nossa missão é a comunhão, cuidar uns dos outros, revelando Jesus Cristo na vida uns dos outros. Que o conteúdo que criamos nessa caminhada que chamamos de vida seja capaz de transmitir o amor de Cristo aos irmãos que encontramos pela estrada.

 

Neudson Freitas, 1º de Outubro de 2023, numa tarde chuvosa e agradável, ao lado da minha amada esposa.

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