QUEM PODE SER SALVO?

 

E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe. Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades. Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! E os discípulos se admiraram destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.” Marcos 10:17-25

 

– Qual o perfil desse jovem rico?

  • Descendente de Abraão.
  • Conhecedor e obediente da Lei de Moisés.
  • Ele sabia de um rabi que anda pelas estradas empoeiradas da Palestina arrastando uma multidão atrás de si
  • Um jovem rico, zeloso de sua religião judaica, cumpridor dos mandamentos.

 

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”

– Será que, hoje, 2 mil anos depois, nós trazemos essa pergunta em nosso coração?

  • O que eu preciso fazer para participar do reino de Deus?
  • O que eu preciso fazer para participar do mundo governado por Deus?

 

“Sabes os mandamentos? Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe.

“Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade.”

E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.”

 

– Por que Jesus estabeleceu essa condição para aquele homem?

  • Lembremos das palavras de Jesus:

Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará ao outro, ou se dedicará a um e desprezará ao outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. Lucas 16:13

 

Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração“. Lucas 12:34

“Mas o jovem, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades”.

 

– E Jesus se dirige aos seus discípulos e diz:

“Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!”

“Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!”

 

– E aí Jesus faz a referência ao camelo passar pelo buraco da agulha.

“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.

 

– A maioria dos intérpretes ficam a discutir o que é a tal agulha, mas, e o camelo?

– Por que Jesus citou o camelo e não a girafa ou o elefante?

– O que o camelo tem a nos ensinar?

  • O camelo é um animal que tem uma corcova cheia de nutrientes e água, dando a ele condição de atravessar um deserto quase que de maneira autossuficiente.
  • O camelo pode fazer uma longa jornada, abastecido pelo que carrega em sua corcova.
  • Então o camelo já está abastecido e tem o suficiente para fazer a sua jornada, sem depender de ninguém.

 

– Então, quais lições podemos extrair a partir do camelo?

  • Não é possível participar do reino de Deus se você acumula tanto em sua corcova a ponto de não prestar atenção no que está acontecendo à sua volta.
  • Não é possível participar do reino de Deus se voce não pratica a comunhão, a solidariedade, a generosidade, a partilha
  • Não é possível participar do reino de Deus se voce acumula tanto em sua corcova a ponto de não precisar de ninguém, caminhando sozinho e desenvolvendo uma espiritualidade apenas entre voce e Deus.
  • Não é possível participar do reino de Deus se voce acumula tanto em sua corcova a ponto de tornar-se autossuficiente.
  • Não é possível participar do reino de Deus se voce está vivendo uma vida de CAMELO!
  • Vamos lembrar como viviam nossos irmãos, no primeiro século:

“Todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e à oração… Os que criam se reuniam num só lugar e compartilhavam tudo que possuíam. Vendiam propriedades e bens e repartiam o dinheiro com os necessitados, adoravam juntos no templo diariamente, uniam-se nos lares para comer e partiam o pão com grande alegria e generosidade, sempre louvando a Deus e desfrutando a simpatia de todo o povo. E, a cada dia, o Senhor lhes acrescentava aqueles que iam sendo salvos.” Atos 2:42-47

 

– Ao ver aquele homem indo embora, triste, penso que Jesus estava dizendo:

  • Estão vendo?
  • Mais um apegado ao dinheiro.
  • Mais um que não pode participar do mundo governado por Deus porque está apegado ao dinheiro.
  • Mais um que está ocupado apenas consigo mesmo e que não quer renunciar a seus privilégios.
  • Mais um que caminha sozinho, confiando plenamente nas suas riquezas.
  • Mais um que vive como CAMELO!

 

– O que Jesus quis dizer quando afirmou:

  • Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!
  • Dificilmente, alguém apegado ao dinheiro participa do mundo governado por Deus!
  • Jesus está dizendo que, para participar do mundo governado por Deus, precisa furar essa bolha:
    • Da confiança nas riquezas
    • Do (eu sozinho e Deus)
    • Da autossuficiência
    • De uma vida de CAMELO

 

– Será que, passados mais de 2 mil anos, nós ainda acreditamos que o caminho do reino de Deus, que o caminho para o céu é possível ser percorrido de forma solitária e egocêntrica?

 

– Então, o que você responde quando alguém pergunta:

  • O que eu preciso fazer para ser salvo? Abandone a vida de camelo
  • Como é que eu participo do mundo governado por Deus? Siga o caminho de Jesus, praticando a solidariedade, a generosidade, a partilha e a vida de comunhão
  • O que eu preciso fazer para herdar a vida eterna? Não viva de forma solitária e egocêntrica

 

– Nesse mundo governado por Deus, não tem lugar para caminhada solitária e egocêntrica.

– O caminho de Jesus, do jeito de Jesus e com Jesus não é caminho de camelo.

– Precisamos matar o camelo que existe dentro de nós para participarmos do reino de Deus.

 

Carlos Souto.

 




Jesus era “hippie”?

Por Jeferson Ferreira
Sou apaixonado pela maneira em que a raça humana se comporta; observar como diferentes pessoas reagem a um mesmo estímulo e quais as relações disto com a: Raça, nacionalidade, história de vida, sexo, ambiente e mais umas duas mil variáveis psicossociais envolvidas, tem me levado a viver observando. Até já me questionaram sobre meu olhar, taí a resposta para a maioria das vezes.
Então, um dos tipos de pessoas que sempre estimularam este meu instinto observador foram os hippies. Lembro da descrição de uma amiga que falou de sua prima: “Ela era uma pessoa que passava a maioria do tempo como hippie, andando sem rumo e voltava para casa para trabalhar uns dois meses por ano e depois voltava para a rua”. Esta descrição era de alguém que tinha um estilo de equilíbrio atípico, que encantava minha equilibrada e normal amiga que contava a estória.

 

Este movimento que se iniciou nos EUA na década de sessenta, foi uma tentativa de ruptura dos conceitos normais de vida da época, eram pessoas desgarradas com aqueles trajes típicos do grupo (sandálias e colares) que pregavam a paz e o amor. Tudo bem que eles tinham também a fama de arruaceiros e eram drogados numa visão menos romântica, mas desconsidere isto para nosso exercício de imaginação. Oops! Me lembrou Jesus, ainda mais somando-se à ideia de desgarrado, o fato deles pintarem Ele com aquelas roupas típicas da época e colocarem barba.

 

Imagine se Jesus vivesse em nossa época, como seriam as manchetes? Elas descreveriam uma figura perturbadora, meio Forrest Gump, cidadão de lugar nenhum, andando por ai à pé com um monte de gente atrás dele. Com certeza, em certo momento a necessidade de preservação da paz pública iria levá-lo a algum tribunal para ser julgado e humilhado publicamente por sua generosidade e presteza; ele ficaria calado e nós omissos e então… O resto da história vocês já sabem…

 

Pois é, neste meu mundo imaginário onde Jesus seria um “hippie doidão”, meio a mistura de Mágico de Oz com Madre Tereza de Calcutá para a maioria, me pergunto: onde nós, os cristãos estaríamos? Certo mesmo estou que atrás dele nunca. Não somos este tipo de pessoa que segue este tipo de gente. Acredite, tem gente que já fez umas coisas bem loucas; lembro da história de minha amiga americana Cindy Norwood que vendeu tudo e viveu anos andando num ônibus de uns cristãos malucos chamados Gods People. Eles vendiam tudo o que tinham e saiam pregando o Evangelho e fazendo o bem país afora.

 

Ah! Temos um hippie na Bíblia, seu nome era João Batista. Marcos, o apostolo de Jesus, o descreveu como o pregador do deserto que “ .. comia gafanhotos e mel silvestre..”. Sou apaixonado por esta descrição “zen” da figura de João, de tão desgarrado ele nem aceitava fundar uma igreja, dizia que era o preparador que anunciava as boas novas.

 

Gente, luto para que minha alma seja assim, já que vai ficar difícil explicar para meus filhos que o papai agora vai viver por aí sem rumo sentado nas calçadas fazendo artesanato e comendo o que vendeu. Fico na imaginação e na aplicação espiritual da ideia mesmo.

 

Quero preparar o caminho do Mestre da melhor e mais livre maneira que puder. Não sou eu o realizador, mas serei o mais desgarrado anunciador da Boa Nova deste hippie que conseguir ser. Tenho que dizer que só Ele é que salva nossas almas de nós mesmos, pobres mortais, vivendo nossas vidinhas normais.

 

Jeferson Ferreira.

Texto publicado neste blog originalmente em 18 de abril de 2011.

 

 




Você é perseverante?

Por Gabriel Silva Kitamura, 10 anos.

Segundo o dicionário “perseverante” é a qualidade de quem não desiste facilmente diante de uma dificuldade; obstinado, persistente.

 

Eu sou Gabriel Silva Kitamura, tenho 10 anos. Comecei cedo no esporte. Primeiro foi a natação com 6 meses de vida e com 3 anos iniciei no judô e no futebol. No começo eu levava como uma atividade extra da escola onde eu podia brincar com meus amigos.

 

Com 9 anos já tive minha primeira decisão. Decidi que eu era melhor no judô e começaram as competições.  E eu fui aprendendo que no tatame eu preciso ter concentração, foco e disciplina. Em maio deste ano fui competir, ganhando todas as lutas, chegando na final. Meu adversário tinha o dobro do meu tamanho… Isso, não me deu medo e nem paralisou. Entrei mostrando tudo que eu havia aprendido. Mas não foi o suficiente para aquela luta, mesmo eu dando o meu melhor, o meu adversário ficou em primeiro lugar. Agradeci a Deus pela oportunidade em subir no pódio.

 

Em junho aconteceu outra competição a qual eu havia me preparado. Dei o meu melhor nos treinos. Estava pronto! Novamente, ganhei as três primeiras lutas e na final seria com o mesmo adversário que eu havia perdido no mês passado. Logo, me veio a história de Golias e Davi. Eu tinha que derrotar aquele gigante. Entrei confiante primeiro em Deus, depois em tudo que eu havia aprendido e treinado para fazer. Concentração, determinação. Não foi fácil, mas ninguém me disse que seria. Consegui o primeiro lugar. Agradeci muito a Deus. Abracei meu adversário, porque sem ele eu não teria chegado no meu objetivo.

 

Desde então, em todas as minhas lutas eu tenho subido ao pódio. E tenho aprendido que assim como no tatame, na escola e na vida eu enfrentarei gigantes. Mas com Deus e perseverança nossos problemas não permanecem.

 

“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.”

Romanos 5:3-5

 

Gabriel Silva Kitamura – 10 anos.

Campeão de Judô Sub-11 da Região Metropolitana do Distrito Federal em 2023.




NOVAS OPORTUNIDADES

“Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança. Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade! Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.”

Imaginem como seria:

  • O mundo se não houvesse novas oportunidades.
  • A sua vida se você não pudesse voltar atras e começar de novo.
  • A sua vida se todas as suas decisões fossem definitivas e irreversíveis.

 

É verdade que algumas consequências do nosso passado são, de fato, definitivas e irreversíveis, mas nós não somos condenados a ser as mesmas pessoas para sempre. Então, como seria a sua vida se você não pudesse voltar atras e começar novamente?

 

Primeiro, nós estaríamos condenados a viver aprisionados pelos erros cometidos no passado (erros não são necessariamente pecado).

  • Erramos porque não somos perfeitos, nós não nascemos prontos, nós estamos aprendendo.
  • Erramos porque decidimos mal, porque julgamos mal, porque não tínhamos todas as informações.
  • Erramos porque não fomos capazes de avaliar corretamente a situação.
  • Erramos porque confiamos nas pessoas erradas, confiamos em suas palavras, acreditamos em suas promessas.

 

Assim, se não tivéssemos a oportunidade de rever decisões tomadas não teríamos a oportunidade de consertar as coisas, de rever decisões tomadas.

  • Sim, é verdade, eu decidi me mudar para Curitiba, mas agora vou voltar para Brasília. Não deu certo.
  • Sim, é verdade, eu decidi comprar esse carro, mas não gostei e agora eu vou vende-lo.

Então, se não tivéssemos novas oportunidades, nós estaríamos condenados a viver nas mesmas circunstâncias do passado, em razão dos erros que cometemos.

 

Segundo, se não tivéssemos novas oportunidades nós estaríamos condenados a viver aprisionados pelos pecados cometidos no passado.

  • Sabíamos que aquilo era errado, sabíamos que não deveríamos fazer, mas escolhemos fazer, fizemos mesmo assim
  • Fizemos talvez pensando que depois conseguiríamos arrumar, conseguiríamos dar um jeito, mas não teve jeito de arrumar. Pecado é assim, não dá para arrumar.
  • O pecado desencadeia um processo que foge do nosso controle.

Então, sem novas oportunidades, estaríamos condenados a viver vitimados pelos pecados cometidos no passado.

 

Terceiro, se não tivéssemos novas oportunidades nós viveríamos uma vida solitária, vida de solidão.

  • Na dinâmica das relações humanas, dos relacionamentos, é inevitável que aconteçam esbarrões, encontrões e aí, como consequência, surgem feridas, arranhões, quer por palavras, atos, gestos, olhares, omissões.
  • Então, imagina se não pudéssemos fazer essa viagem no tempo, de volta ao passado, e viver a experiência do arrependimento, do perdão e da reconciliação, e, então, dizer:
    • Por favor, não leve mais em consideração aquilo que eu lhe disse, que eu lhe fiz.
    • Me perdoe!
    • Eu me arrependo de ter feito o que fiz, de ter dito o que disse, de ter me comportado daquela maneira
    • Por favor, me perdoe!
    • Me dê uma outra oportunidade, vamos nos reconciliar, eu sinto muito a falta da sua amizade

Então, se não tivéssemos oportunidades de reconciliação, nós viveríamos uma vida de solidão porque teríamos afastados de nós, do nosso convívio, das nossas relações, as pessoas que amamos.

 

Mas o que nos ensina a Bíblia Sagrada?

  • Jesus disse que devemos perdoar quem nos ofende, não apenas 7 vezes, mas 70 x 7 (Mateus 18:22)
  • Tem muitas oportunidades de recomeço porque Deus oferece essas muitas oportunidades, de modo que, assim como queremos ser perdoados, também devemos perdoar, como ensinou Jesus “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” (Mateus 6:12)

Então, se não fossem as novas oportunidades concedidas por Deus, nós viveríamos de lamentações e apenas de lamentações, porque não haveria nada a se fazer. Apenas olhar para trás e dizer: Ah! que pena! Lamento muito tudo isso que aconteceu, mas não há mais o que fazer!

 

Em determinado momento do seu lamento, o Profeta Jeremias diz assim: Eu me lembro da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Sim, me lembro de tudo, e quando eu me lembro de tudo isso a minha alma desfalece dentro de mim. Mais aí ele completa: Mas também tem uma coisa que me lembro, eu me lembro daquilo que pode me dar esperança.

 

E o que é que nos pode trazer esperança? São as inesgotáveis misericórdias do Senhor, que não apenas impedem de não sermos consumidos, como também nos proporcionam novas oportunidades de recomeço. Quem vive se lamentando, quem vive de lamentação, vive em função do passado. Quem vive de esperança, vive em função do futuro.

 

Então, sim, eu enxergo o que eu fiz lá atrás e me dói quando me recordo do que fiz. Eu enxergo as decisões, os erros, os pecados que cometi por atos ou por omissões, eu enxergo tudo isso, mas eu não vivo olhando para trás, eu não vivo olhando para o passado, e não vivo olhando para as circunstâncias da minha vida e me lamentando pelo que aconteceu.

 

Eu vivo baseado nas inesgotáveis misericórdias do Senhor, que se renovam a cada manhã, e são a causa de eu não ser consumido. São as inesgotáveis misericórdias do Senhor que me dão esperança de que as coisas, as circunstâncias, minhas relações podem mudar, eu mesmo posso mudar. Por isso, eu não vivo me lamentando e olhando para trás, olhando para o passado, mas posso olhar para o futuro com essa esperança.

 

As misericórdias de Deus é que nos chamam para a reconstrução. Elas criam para nós um ambiente que nos dá novas oportunidades, onde estão presentes o arrependimento, o perdão e a reconciliação. Quando o Profeta Jeremias diz que as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos é porque Deus, por ser misericordioso, concede, a cada um de nós, oportunidades de reconstrução, de nos olharmos no espelho, de nos enxergarmos, de percebermos nossas circunstâncias e situações e escolhermos novos caminhos e nos submetermos a processos de mudança.

 

Entretanto, muitas mudanças não vêm com tranquilidade. Geralmente, mudamos quando somos obrigados a mudar. Quando não tem mais jeito a gente muda. A gente adia e atrasa até uma tragédia, um diagnóstico fazer a gente mudar. Só mudamos em último caso.  E essa mudança tardia pode vir acompanhada de sofrimento, dor e devastação. Mudar somente quando se é obrigado a mudar, a gente não muda, a gente é mudado. Mas as misericórdias do Senhor são o chamado de Deus para a gente mudar antes do “leite derramar”.

 

Então:

  • Não espere que as circunstâncias, que outras pessoas, que a mão de Deus obrigue você a mudar.
  • Escolha mudar e viver a possibilidade, dada por Deus, de ser diferente, de fazer diferente.
  • Tenha coragem para se ajoelhar e falar assim:

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.”

Salmos 139:23-24

 

Carlos Souto, Outubro/23