Lembro-me no início de minha vida como discípulo de Jesus de Nazaré, eu devia ter uns dois anos de cristão praticante e uns 21 anos de idade, quando bati com o veículo da empresa e fui duramente confrontado pelos meus sócios quando disseram: “Este é o seu Deus? Se Deus estivesse realmente contigo você não teria destruído o carro da firma. Este papo de crente não faz sentido”.
Fiquei muito confuso na época, não tinha resposta para dar, nem a eles e nem a mim mesmo. Mas algo me dizia que Deus não tinha errado. “Um dia entenderei isto”, pensava. Hoje, alguns anos de problemas, oração e leitura do Evangelho depois, eu consigo entender mais algumas coisas, mas sei que muito ainda tenho que aprender.
Aprendi algumas coisas:
Aprendi que Jó somente se deu mal na vida porque ele era um homem bom e fiel ao Senhor, o seu Deus. Ele foi alvo de uma discussão entre Deus e um dos seus servos, o diabo. Para provar que estava certo em sua opinião, Deus permitiu que o diabo aprontasse “o diabo” na vida de Jó, que permaneceu fiel, mesmo sem nunca ter entendido nada do que acontecera.
Aprendi também que Lázaro somente sofreu tanto com sua enfermidade, a ponto de morrer doente, porque ele era amigão de Jesus. Paradoxal novamente. Jesus, quando foi chamado pelos familiares por causa da grave enfermidade do amigo Lázaro, demorou-se propositalmente para aguardar o óbito. Só depois ele partiu para o vilarejo de Betânia, para ver duas irmãs chorosas pela perda do irmão, arrimo de família, que já era um cadáver sepultado. Aprendi que Jesus não queria a cura de Lázaro, queria algo muito maior, algo inusitado, inesperado, não-planejado, imprevisível, impossível, queria o impensável. Aprendi que Jesus não queria atender às orações das pessoas, pedindo cura, mas queria que vissem que ele, Jesus, não era apenas mais um andarilho curandeiro, mas que em suas mãos repousavam o poder que nenhum outro “iluminado” tinha: o de extrapolar os limites da vida e da morte. A morte, pânico para os reis, imperadores e famosos em geral, está submissa às ordens de Jesus.
Aprendi que pessoas que estão próximas de Deus têm problemas, como todas as outras, com a diferença que os problemas não estão fora do controle de Deus, mas Deus os vê e os permite visando um bem maior. No caso de Jó e Lázaro, o ganho foi a ampliação da fé deles e a oportunidade de saberem que Deus não é um conceito, mas um fato.
Aprendi que os problemas nos aproximam de Deus.
Aprendi também que na dor nosso coração amolece.
Aprendi que após os problemas passamos a ser mais compreensivos com a dor alheia.
Aprendi que ninguém sai de uma experiência dolorosa da mesma forma.
Aprendi que é verdade o adágio popular: “Crescer dói.”
Aprendi que os problemas da minha vida não estão fora do controle de Deus, mas que alguns deles foram até permitidos ou planejados por Deus, para o meu doloroso, mas necessário, crescimento como pessoa. Por isso, posso minimizar minhas angústias, medos e ansiedades, pois aprendi que não estou sozinho enfrentando a vida, estou sim, sendo treinado, pelo coach dos coachs, que não quer o meu mal, mas me ver maduro, forte e preparado. Uma pessoa melhor.
Aprendi que, assim como a cura não fazia parte dos planos de Deus para a vida de Lázaro, algumas vezes também não somos ouvidos em nossas orações, posto que Deus tem algo surpreendentemente melhor lá na frente. Algo que não podemos suspeitar. Algo impensável. Bom demais para ser verdade.
Aprenda isto.
Este vídeo abaixo é legal e muito difundido na internet. Mas é um texto apócrifo, como tantos que são atribuídos a Veríssimo, Drummond, Quintana, e sei lá. Talvez os autores sejam tímidos, ou quem sabe usando esses nomes famosos o texto ganha status e anda mais rápido. Portanto, o texto abaixo, apesar de útil, inspirador e lindo, não pertence a William Shakespeare. (Se alguém tiver informações complementares, me informe.)
VÍDEO SENDO BAIXADO – MAS JÁ PODE SER ASSISTIDO CLICANDO NESTE LINK ABAIXO: