A fé, em geral, é um ponto de apoio, espécie de porto seguro. Mas, para além disso, ela é a capacidade de sermos usados como agentes de Deus nas relações interpessoais.
Em outro aspecto, a juventude tende a fragmentar-se em várias “tribos”, que buscam pela genuína felicidade que não necessita de registro (#postei) e sim de vontade de vivê-la. Desse modo, para o Reino, quem pode gerar um impacto maior: A Juventude da fé ou a Fé da juventude?
Como um “cristão de berço”, sempre me pego nesse dilema, visto que Cristo demonstrava a sua juventude através da propagação das Boas Novas. Fico fascinado como a mensagem propagada por ele foi capaz de transcender e alcançar vidas até os dias atuais. Como é magnifico ver que uma mesma narrativa possa atingir diversas “tribos”, sendo apropriada por elas e transformando-as ao mesmo tempo. É simplesmente algo único! Uma verdadeira clausula pétrea na lei da vida.
Acredito que devemos adotar a Juventude da fé, pois nos permite transbordar a essência da luz do mundo e sal da terra, mesmo sem falar explicitamente das boas novas, o cristão irradia sua convicção de fé para tudo e para todos a sua volta. É algo que se une ao seu modo de ser.
Deste fato surge a questão mais importante de um jovem, a necessidade de pertencer ao momento único, viver e vivenciar. A forma mais simples e prática de superar essas necessidades é fazer amigos, criar o seu networking. Desse ponto, o papel do ser cristão passa por sua guinada significativa, dando origem ao ser missional.
A missão visa muito além de apenas propagar o evangelho. Tem a essência na conexão interpessoal (vínculos, intimidade). Tenho como convicção que a vida é feita por ciclos, que no decorrer dos anos se alteram, causando pequenas mudanças, as quais se refletem na essência de quem somos e como expressamos nossa fé.
Quando começamos na caminhada, fixamos nos famosos sábados, domingos, feriados ou dias especiais para cada religião. Mas, com o passar do tempo mudamos o nosso ciclo para começar a desenvolver um ministério ou até mesmo só ter um pouco de conhecimento de a respeito da fé. Depois, rompe-se este ciclo e surge o dos questionamentos ou para outros a propagação das boas novas.
Esse último ciclo não é o derradeiro da caminhada cristã, mas é o mais importante no meu ponto de vista. É justamente ele que causa o abandono ou rejeição à caminhada, uma vez que os questionamentos para jovens “cristãos de berço” surgem como barreiras para a realidade do cotidiano e a realidade da sua criação, fazendo-o se defrontar a cruz ou a espada, literalmente.
Por outro lado, aqueles que vão ainda “verdes” na postura missional causam a repulsa por parte de quem não tem intimidade com Cristo ou que perdeu o seu Norte na caminhada, retomando novamente ao ciclo dos questionamentos.
Questionar faz parte do ser humano! Tudo que fazemos se esbarra, mesmo que inconsciente ou indiretamente, em um questionamento. Esta é uma característica da natureza humana. A partir dos questionamentos e após o apogeu da juventude, vem a temida e cobiçada “maturidade”. Ser maduro é algo único para desenvolver todas as áreas da vida, nos permite identificar os momentos adequados para dialogar, se fazer presente, se fazer ausente, se impor isso revela que o ser humano é um ser social dependente de pensamentos e ações.
Logo, a Juventude da fé deve se basear na busca por relações reais e únicas, essa definição corrobora a representação do ser missional. Por isso, sempre que tomar a decisão de buscar essa terminologia deve ter a consciência da sua maturidade e buscar sempre o crescimento. É nítido que ao mesmo tempo que acrescentamos ou que entramos no ciclo da vida de outra pessoa somos impactados, as vezes de formas incalculáveis! Então, desejo que consigamos ser jovens fervorosos, a fim de desfrutar os momentos únicos e genuínos de alegria nas relações.
Por Alexandre Marques Leite