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FAMÍLIA, ESCOLA PARA A VIDA?

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Por Bosco Esmeraldo

Nos tempos bem antigos, havia o costume de escravizar os povos conquistados. Era algo bastante constrangedor. A primeira coisa que faziam era destruir sua cultura, a começar pela língua materna. Era-lhe imposto o aprendizado da língua do conquistador. Tudo o que o ligasse ao passado era mister que fosse destruído a fim de tornar esse povo aculturado, sem vínculo com o reino de origem. Valia tudo: religião, língua, costumes, nação, principado etc. Um povo sem cultura, sem referencial sem sonhos é facilmente conquistado e dominado.


As princesas virgens eram tomadas para concubinas reais, enquanto que os príncipes eram castrados e direcionados para uma casa especial onde ficavam sob a direção do chefe dos eunucos, também castrado. Esses tais teriam a honra e o privilégio de servir diretamente na presença no seu novo rei. Particularmente não vejo nisso honra, muito menos privilégio.


Por trás dessa prática, estava uma segurança para o conquistador: encerravam-se as dinastias dos conquistados, dando, pelo menos nesse modo de ver, a garantia de que não haveria qualquer insurreição. Aquele povo perdia a sua liberdade, tornando-se escravo, tutelado. Esse era um costume bem comum, na antiguidade, como entre os assírios, caldeus e os romanos. Alexandre Magno foi um grande conquistador, mas tinha uma postura bem diferente. Eu diria que ele se utilizava de uma administração autóctone, visto que aproveitava os recursos humanos do próprio povo conquistado. Em vez de destruir a cultura do povo em conquista, a preservava, além de difundir a sua cultura (helênica). Também aproveitava o que havia de melhor entre aquele povo e o colocava em cargo de destaque. Mas os rebeldes, eram castigados com rigor se não demonstrassem qualquer possibilidade de mudança positiva. Porfiam até ser mortos para exemplo dos demais.


Encontramos aqui uma tênue linha de comparação com nossa vida e suas fases. O nosso presente é o resultado da condução familiar dos primeiros anos de nossas vidas e isto refletirá nas demais fases.
Como nos exemplos de conquistadores, há pelo menos quatro tipos de pais: presente ativo, presente omisso, ausente co-participativo e ausente total. Dos pais presentes podemos ainda encontrar o construtor e o castrador / demolidor.

Da infância à adolescência, a criança está desenvolvendo o seu caráter e personalidade. Dependendo do estímulo recebido no seio familiar, esta será um cidadão (ou cidadã) maduro ou defectivo. Esta é fase do aprendizado. É a fase da moldagem. Enquanto a massa está mole, se amolda a qualquer forma, a depender do molde. Ainda há tempo de mudar para a forma desejada.
Os pais devem agir com amor, equilíbrio e determinação. Têm de ser empáticos, equânimes e coerentes. Também devem agir em consenso mútuo, numa só direção. Divergência nas resoluções paternas causarão danos irreparáveis no caráter e personalidade dos filhos. De igual modo, a falta de respeito entre os cônjuges resultará em filhos desequilibrados e sem perspectivas ou objetivos. Serão “eternos” tutelado sem independência.


. Na fase adulta, dificilmente uma pessoa com essa deformação personalística será bem-sucedida. As chances são mínimas, mas ainda bem que há a menor possibilidade de mudança. Observamos que alguém de bom caráter pode se corromper a depender da companhia e má influência. Sabemos que as más conversações corrompem os bons costumes. Se é possível desviar-se do bem, creio que, de igual modo, é possível restaurar indivíduo de má índole. Basta que este reconheça o seu estado defectivo e queira que a mudança certamente virá, bastando, para isso, afinco e perseverança. Infelizmente, a lei do menor esforço geralmente prevalece ante qualquer mudança.

. Na maturidade, como já exposto acima, podemos nos reciclar e ter mudanças significativas. É preciso, no entanto, vencer a inércia e perseverar até alcançar o objetivo desejado. Dizem que a inércia é vencida após vinte e um dias de perseverança. Aposte nisso!


. A senilidade ou envelhecência, costumo compará-la à fase da colheita. A qualidade de vida nessa etapa depende, e muito, de como vivemos as duas primeiras. Postura, qualidade da alimentação, exercícios nas fases da infância à maturidade são fatores fundamentais que determinarão a qualidade de vida na terceira idade.


Na verdade, só colhemos o que plantamos e isto em quantidade bem maior do que plantamos.


Por fim, um outro reino diferente de todos os demais. Um reino onde o Sumo Pontífice ama até os seus inimigos de tal forma que não hesitou sacrificar seu único Filho, para resgatar a todo aquele que aceitar o seu plano de libertação. Um plano totalmente contrário à lógica humana: para ser liberto precisa se tornar seu escravo; para receber primeiro deve saber dar e para receber perdão, antes precisa aprender a perdoar, perder para ganhar, e, pasmem, morrer para poder viver. Para isso alcançar, crer para ver e confiar cegamente no Todo Poderoso. Minha mente lógica, calculista cansou de procurar uma razão para isto, mas nada entendeu, porque isto é uma questão básica de fé. Fé que só alcançamos pelo ouvir, e ouvir pela Palavra, o Rhema de Deus. Agora sim. De posse dessa fé, dom sobrenatural, entendemos e excedemos o nosso entendimento.


. De qual tipo de reino temos vindo?
. Que tipo de reino nos tem conquistado?
. Temos repetido as mesmas práticas familiares ou temos procurado mudanças para melhor?
. Lembremos que nossas opções determinam nossa tomada de decisão.

” Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna “.

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