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O DIA EM QUE DEUS FALOU COMIGO POR SOBRE AS NUVENS

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Dedico esse texto a todos aqueles que, como eu, trabalham muito e arduamente, baseados na crença de que esse é o melhor e único caminho para uma vida estável e confortável. Acordei em um hotel muito simples na cidade de Orlando nos Estados Unidos. Hotel de trabalhadores locais, condizente com o orçamento que tínhamos para o último dia da nossa viagem familiar. Na cama ao lado, meu genro
ainda dormia enquanto minha filha trocava em silêncio a fralda da minha netinha de quatro meses que dava gritinhos de alegria ao ver sua mamãe no início da manhã.

Após alguns preciosos minutos de preguiça, levantamos todos e nos preparamos para irmos ao aeroporto – Luciana, minha filha, e seu esposo Stevan, nos levariam para embarcarmos no voo de volta ao Brasil. Voo simples, com conexão na cidade do Panamá, comprado com milhas como fruto da melhor barganha possível para a viagem de cunho familiar – precisava ir visitar meus pais americanos, os quais envelhecem e adoecem rapidamente após trinta anos do primeiro dia em que nos encontramos em meio às alegrias do intercâmbio cultural. Após o café da manhã de bagles com cream cheese e waffles cheias de caramelo regados a café ralo, saímos alegres e gratos para o aeroporto. Ao chegar, nos despedimos da netinha delícia, agradecemos e abraçamos calorosamente os filhos que ficaram nos Estados Unidos por mais um dia e nos dirigimos para a fila do check in. Duas malas apenas, bem diferente das muitas vezes em que retornamos para casa repletos de compras. Na bagagem de mão, o novo capacete de hipismo do nosso filho caçula. Prioridade para nós, item mais caro adquirido durante a nossa breve e simples
viagem.

Check in, detector de metais, portão de embarque e éramos os primeiros da fila para entrar no avião após os passageiros preferenciais e os felizardos da Primeira Classe. Entramos na aeronave, passamos rapidamente pela Primeira Classe e, ao chegarmos na cabine econômica, meu esposo voltou e disse:
– Os assentos 4A e 4B são ali na frente.
Ao que respondi:
– Na Primeira Classe?
E ele respondeu prontamente:
– Sim!

Tiramos rapidamente os cartões de embarque do bolso do paletó dele e confirmamos que nós éramos os passageiros daquelas duas poltronas grandes, confortáveis e vazias à nossa frente na Primeira Classe. Um tanto quanto confusos, sentamos felizes e logo começamos a usufruir das delícias que o dinheiro pode comprar. Foi quando, imediatamente, me lembrei do verso bíblico que havia ‘saltado’ na tela do meu celular hoje cedo, ao desligar o alarme: “Vocês não terão de fazer nada. O Senhor lutará por vocês”. (Êxodo 14:14, Bíblia)

Fiz a relação instantânea do versículo com aqueles assentos na Primeira Classe – não pagamos por esse bilhete e não pedimos upgrade. Esses assentos especiais foram simplesmente atribuídos durante o check in eletrônico que havia sido realizado na noite anterior. Detalhe: um deles apenas, atribuído ao meu esposo, que logo em seguida alterou o meu assento sem dificuldade alguma, para que eu ficasse ao seu lado. Tudo isso sem sabermos que se tratava de um assento na Primeira Classe. E, após uma hora de vôo, toalhinha quente, uma deliciosa taça de vinho, serviço impecável, uma bandeja deliciosa à minha frente, Deus falou comigo por sobre as nuvens e me levou às muitas lágrimas ao dizer:

– “Viu? Sou Eu quem faço tudo por você! Faço o que Eu quero, sem qualquer esforço seu. Sou Eu quem controla a sua vida e providencia o que você precisa e quem lhe dá também o que não precisa, apesar e independente do seu trabalho. Sou Eu quem entrega provisão. Sou Eu quem lhe dá ou não lhe dá. Tudo está na minha mão e sob o meu controle, e não sob o seu”.

Após o recado quase audível de Deus, enquanto eu olhava ao longe por sobre as nuvens vistas da pequenina janela do avião, tive a certeza de que não são os meus talentos que serão capazes de me tornar próspera ou minha capacidade de gestão e controle que serão responsáveis por uma aposentadoria tranquila. Não! Será a confiança no Deus que tudo vê, que tudo controla e que tem tudo calculado para cada um de nós. Lição aprendida há quinze anos, porém esquecida e negligenciada por mim nos últimos quatro ou cinco. Agora, é claro que a matemática não vale para todos. Vale para mim. Vale para aqueles que entendem e creem que há alguém acima, que há um propósito em todas as coisas e algumas lições a serem aprendidas ao longo da nossa jornada aqui na Terra. Para quem pode comprar um bilhete aéreo na Primeira Classe, isso talvez não faça sentido.

Para quem não crê na provisão divina também não. Mas para mim, que passei os últimos dois anos segurando por um fio, juntamente com meu esposo, a corda fina da saúde financeira da nossa casa, faz todo o sentido. Para quem tem em si o gene maldito do controle sobre todas as coisas faz total sentido!
E assim, reaprendo que Deus cuida de mim. Que Deus dá ou não dá e isso não muda a minha relação com a existência. Que posso morrer de trabalhar e isso não me garante geladeira cheia. Revivi hoje a aula em que aprendi que tudo está contido no mais perfeito e absoluto controle do meu Pai que está atento aos meus esforços, mas não trabalha com mérito ou recompensa, mas sim com graça e misericórdia. Aula importante! Lição esquecida em meio à correria da sobrevivência; infelizmente. Lição que me prepara para a próxima parte do ano, me dizendo que posso e devo confiar e descansar enquanto faço
a minha parte, que é trabalhar duro, com dedicação e responsabilidade, viajando apertada nos assentos de uma aeronave qualquer entre uma cidade e outra.

Em toda a minha vida adulta, o conselho de Jesus mais difícil a ser seguido sempre foi aquele que diz que “não devo me preocupar com o dia de amanhã, nem ficar ansiosa com o que terei para comer ou para beber”. Aquele lembrete Dele para “olhar para as flores do campo que não fazem roupas para si mesmo e são lindas, ou para os passarinhos que não plantam nada e mesmo assim têm o que comer” é sempre tão desafiador para mim, que sempre acho que tenho que fazer por merecer. Contudo, bem-vindos à matemática do Deus Vivo – sem lógica, sem recompensa, viva e surpreendente. Injusta para
alguns, milagrosa para outros.

Seja bem-vinda de volta, Simone, ao descanso do Deus Altíssimo!

Simone Maia, Orlando > Panama City – 01 de junho de 2018.

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VOCÊ ACREDITA EM MILAGRES?

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Irracionalidade não é para todos. Ter a certeza de que vamos receber as coisas que estamos
esperando e ter a prova, mesmo sem comprovação, de que existem coisas que não podemos
ver, não é algo racional, mas é a própria irracionalidade cristã. Fé é irracional, ilógica,
improvável… É mais que esperança. É convicção. Se Jesus insistiu tanto para que seus
discípulos tivessem fé, é porque, de fato, eles não a tinham. De fato, nós não a temos!
Queremos ter, mas vacilamos… Por vezes ela surge forte, bela, impávida! Como um colosso!
Outrora ela gagueja, se amarela e vaza… Vaza como óleo pelos dedos das mãos. Vaza como
lágrimas pelos olhos angustiados e temerosos. “Não temas” é a ordem, o ensino, a orientação
mor. “Não temas” é a mais repetida das instruções do Mestre. Não temas e tenha fé! Mas…
meu Deus, como? Ante tantas dores e incertezas. Como não temer? Como manter a fé
inabalável?

 

Meu braço esquerdo se perdeu. Adormeceu… Formigava e eu já não podia movimentá-lo.
Era uma dor lancinante e constante, a qual durante o dia dava para aguentar pois as muitas
tarefas tiravam minha concentração da dor, mas, no frio e no silêncio das madrugadas eu
tinha que me refugiar na sala para chorar solitária e silenciosamente, e não acordar a casa
que recuperava as energias para um novo dia de labuta. Contra todos os prognósticos, o
milagre que eu aguardava aconteceu: uma consulta com o melhor hospital do aparelho
motor da América Latina, o Sarah. Após semanas de exames dos mais diversos, uma junta
médica me chamou para apresentar o diagnóstico. Eu numa sala fria, com cinco médicos
apresentando um Power Point com todos os meus exames, vários desenhos, radiografias
diversas, me explicando de forma didática cada ponto e cada etapa. Por fim, me disseram:
“A boa notícia é que identificamos e diagnosticamos seu caso com precisão. A má notícia é
que não tem cura ainda, nem com cirurgia”. Saindo dali, desolado, e com receituário com
medicamentos para dor, encontrei na recepção do Hospital Sarah a Soninha com seus dois
lindos filhos, ainda adolescentes, contei meu caso e ela disse: “Estaremos orando por você
todos os dias!”

 

Os meses seguintes não foram diferentes, pois a vida não podia parar. Dirigia o carro
normalmente, porém passava a marcha com a mão esquerda, já que a direita permanecia
grudada ao corpo, doendo e com limitação de movimentos. Volta e meia saía da cama de
madrugada para chorar escondido. Sorria para todos, não reclamava nem da vida, nem da
enfermidade e mantinha a esperança de Deus ter misericórdia de mim e me curar
milagrosamente.

 

Um belo dia dou um grito: “Simooneee!” e assustado disse: “Estou mexendo meu braço! E
nem me lembro quando isso começou”. Tentei puxar pela memória, e nada! Não me
lembrava em qual dia da semana, ou do mês, eu tinha começado a usar o braço, sem ver,
nem perceber. De repente, meu braço estava lá: Vivo! Louvei a Deus, não pelo que Ele fez,
mas pelo que Ele é. A pontinha do dedo permaneceu dormente por muitos e muitos anos
ainda e eu louvei mais ainda a Deus por siso, pois esta ponta de dedo dormente é o que todas
as manhãs me relembra da bondade de Deus e mantém vívida a lembrança do passado e da
bênção. Irracional! Irracional fé! A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que
esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver.

 

Em minha vida pude receber e entregar muitos milagres. Quantas vezes pude ser testemunha
ocular de uma cura milagrosa… E quantas outras vezes a oração não foi atendida, o milagre
não recebido e a fé? Abalada? Não, pois a fé não é em coisas, nem em pessoas, a fé é a
certeza de que não chegamos no final… pois no final, tudo vai dar certo! Nem todas minhas
orações foram atendidas como eu queria. Fé? Fé também é aceitar a vida que Deus nos der…

 

Veja que linda poesia:
“Se você não aceita meu conselho, eu te respeito!
Você resolveu seguir, ir atrás, com a cara e a coragem.
Só que você sai em desvantagem se você não tem fé.
Te mostro um trecho, uma passagem de um livro antigo, pra te provar e mostrar que a
vida é linda: Dura, sofrida, carente em qualquer continente, mas boa de se viver em
qualquer lugar!
Volte a brilhar, volte a brilhar!
Um vinho, um pão e uma reza!
Uma lua e um sol!
Sua vida é portas abertas”

 

Ouça esta poesia acima musicada no vídeo que está no final do texto: um lindo exemplo das
pedras clamando! Volte a brilhar! Volte a brilhar, com uma vida cheia de “fé, esperança e
amor”!

 

Luciano Maia, num momento que estou precisando de fé.

Esta abaixo é a música dona da poesia acima:


 

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TEORIA DA MEDIANIA

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Aristóteles foi um filósofo grego que discutiu a ética e a moralidade em sua obra “Ética a Nicômaco”. Nesse contexto, ele trouxe a “teoria da mediania” ou “doutrina da virtude média” como conceito central.  Ele Dizia:

 

“[…] Ora, a virtude diz respeito às paixões e ações em que o excesso é uma forma de erro, assim como a carência, ao passo que o meio-termo é uma forma de acerto digna de louvor.”

 

Por exemplo, uma pessoa muito corajosa, que nada teme, está errando por excesso, pois pode colocar sua vida em risco. Por outro lado, a pessoa medrosa erra pelo vício da falta. Portanto, a virtude da coragem deve ficar no meio termo; sempre prezando o equilíbrio.

 

Tanto o medo como a confiança, o apetite, a ira, a compaixão, e em geral o prazer e a dor, podem ser sentidos em excesso ou em grau insuficiente; e, num caso como no outro, isso é um mal. Mas senti-los na ocasião apropriada, com referência aos objetos apropriados, para com as pessoas apropriadas, pelo motivo e da maneira conveniente, nisso consistem o meio-termo e a excelência característicos da virtude.

 

O princípio de que “tudo em exagero é ruim” é baseado no conceito de moderação e equilíbrio. Quando algo é levado ao extremo, muitas vezes resulta em consequências negativas. Aqui estão algumas razões pelas quais o excesso pode ser prejudicial:

 

  1. Efeito adverso: O consumo excessivo ou a exposição exagerada a algo pode ter efeitos negativos na saúde física, mental ou emocional. Por exemplo, comer em excesso pode levar à obesidade, enquanto trabalhar excessivamente pode causar estresse e esgotamento;

 

  1. Falta de variedade: Quando nos concentramos em uma única coisa em excesso, podemos negligenciar outras áreas importantes de nossas vidas. Por exemplo, se alguém se dedica excessivamente ao trabalho, pode negligenciar relacionamentos, hobbies e tempo pessoal, levando a um desequilíbrio geral;

 

  1. Diminuição do prazer: O prazer ou a satisfação que obtemos de algo geralmente diminui à medida que o fazemos em excesso. Isso é conhecido como “habituação”. Por exemplo, comer seu alimento favorito em excesso pode levar a uma diminuição do prazer com o tempo;

 

  1. Impacto social: Comportamentos excessivos podem afetar negativamente os outros ao nosso redor. Por exemplo, se alguém bebe em excesso, pode se tornar prejudicial para si mesmo e para as pessoas ao seu redor.

 

Em Eclesiastes 7:16-18 também podemos perceber o quanto é importante a mediania na nossa vida: “Não seja excessivamente justo nem demasiadamente sábio; por que destruir-se a si mesmo? Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo? É bom reter uma coisa e não abrir mão da outra, pois quem teme a Deus evitará ambos os extremos.”

 

Em várias fases da minha vida, eu vivi alguns extremos que realmente acabaram trazendo consequências prejudiciais para o meu convívio social ou até conflitos internos para o significado da minha vida.

 

Teve um período que eu pensava apenas em trabalho e ficava tralhando mais de 10 horas por dia em que o convívio familiar e preocupação com a minha saúde ficavam em segundo plano. Em outra fase o meu foco era “aproveitar a vida” extravasando em baladas onde a noite virava dia em bares e festas que chegou colocar em risco até a minha vida em um acidente de carro que dormi no volante após pegar a estrada numa viagem de mais de 500 km após 4 dias intensos de carnaval.

 

Porém o meu pior extremo foi a crença que tive por muitos anos da minha vida em ser um ateu e carregar uma bandeira míope de que não queria me casar, ter filhos e constituir uma família. Mas, hoje após encontrar a Talitha, o amor da minha vida, consegui formar uma maravilhosa família e ser presenteado com dois filhos formidáveis: Gabriel e Samuel e assim consegui enxergar Deus e descobrir que somente colocando o Nosso Senhor no centro da sua vida o equilíbrio se torna possível.

 

Em resumo, o equilíbrio e a moderação são fundamentais para uma vida saudável e gratificante e aprendi que apenas tendo um relacionamento verdadeiro com Deus podemos reconhecer os nossos limites, afastar os extremos e viver uma vida equilibrada, repleta de significados e propósito em Cristo.

 

Marcel Kitamura, junho/23

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NÃO SE ESQUEÇA DE SE LEMBRAR.

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Por Jeferson ferreira.

 

Era um fim de tarde bucólico em algum lugar entre Lisboa e Paris. O trem parado no meio do “nada”. Na janela da cabine uma vista deslumbrante. Algumas casas típicas do sul da Europa e as ruas quase vazias. Ao fundo, as montanhas européias e o sol poente.

Parecia aqueles desenhos infantis – Montanha, solzinho, casinhas… – Não tinha a menor idéia de onde estava – E se eu pulasse deste trem agora e fosse viver nesta cidade?- O pensamento, quase insano, era fruto de desejos típicos da juventude. Um relance de que me lembro depois de quase 20 anos. Oh memória boa!

A mente humana nos oferece os mecanismos do esquecimento. Que benção! Eles servem de proteção para que a gente não carregue o peso das memórias ruins, ou até das boas que podem nos distrair por terem chegado no momento errado. São Cores, Cheiros, Músicas – Oh, Pablo desgramado, sofrência, faz a gente lembrar do coração partido, risos. De fato a informação mau colocada pode nos paralisar e distorcer a realidade presente.

Comparo minha mente a um disco rígido de computador com “Soluço”. Às vezes me pego lembrando fatos aleatórios. Penso serem aleatórios – já me sugeriram orar por aquilo que lembrei -. Por vezes isso me leva a algum lugar do passado, que não poderia considerar que tivesse qualquer importância. Como aquele que relatei no início de nossa conversa. Nossa memória é emocional, dizem os psicólogos.

“Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não.” Êxodo 16:4

No deserto, Deus alimentava seu povo com o melhor do Maná. Nada poderia ser guardar para o dia seguinte. O povo andava meio errante e Deus os abençoava repetidas vezes, mesmo assim o povo se esquecia. Na primeira dificuldade a frente, reclamava. É como se o passado não tivesse existido. Oh memória ruim!

“Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança.” Lamentações 3:21

E nosso espírito tem memória?

 

A História cristã sempre foi cheia de símbolos, estimulada, também, pela História do velho testamento no qual Deus determinava que o povo os criasse – As tábuas da lei, O Templo de Salomão, A Páscoa e, por fim, A Ceia. Hoje em dia, especialmente os cristãos Católicos preservam isto – O rosto de Jesus, com feições loiras, olhos azuis e um olhar quase distante é para mim a imagem mais emblemática desta cultura (os historiadores concordam que as feições de Jesus coincidiam mais com o estereotipo comum de um mulçumano de hoje em dia: moreno, queimado pelo sol causticante e barba serrada).

Mas como controlar a memória para que a gente se lembre somente daquilo que vai nos fazer bem? Quanto mais velhos estamos, mais nosso disco rígido vai se enchendo de lembranças boas e, infelizmente, ruins também.

“… e onde, pela primeira vez, tinha construído um altar. Ali Abrão invocou o nome do Senhor. Gênesis 13:4

Enquanto ele andava pela terra, em todos os lugares onde a benção de Deus acontecia, ele construía um altar. Gosto disto: As imagens, os museus, o concreto e as pedras que são quase eternas e nos proporcionam a oportunidade de tentar não esquecer das coisas boas. Serve como um Alforje para utilizarmos o conteúdo quando o tempo seca. Ressuscitar a Fé quanto a alma estiver em terreno árido. Quero trazer comigo, a tira colo, além dela, também a Esperança. Além do Amor, claro!

Vamos lá! A minha idéia de símbolos não é literal, não aprendi a carregá-los comigo, na verdade, nem gosto deles. A Cruz, o maior símbolo cristão, nunca usei. Até porque, por algum motivo fisiológico, não consigo levar: relógio, boné, anéis… até as etiquetas das roupas eu as retiro. Dá uma aflição! Queria sim altares na mente e no coração. Lugares onde pudesse andar aleatoriamente, como na história que contei. Lá vão estar um monte de cacarecos, cheiros, cores, lugares e símbolos e, principalmente, gente: meus amigos, antigos e novos, todos misturados, perdidos no meu “HD Maluco”!

Então, nesses trilhos da vida, a gente se encontra aleatoriamente. Prometo desta vez saltar do trem para a gente tomar um vinho, fazer uma oração ou conversar tomando um café antes de seguir viagem.

 

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Falando em memória, adoro este Clip da Banda, O Teatro Mágico – O que se perde enquanto os olhos piscam. Preste atenção e me diga que se você nunca perdeu uma desta coisas. Risos.

O Teatro Mágico – O que se perde enquanto os olhos piscam:

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COMO ANDA SUA REPUTAÇÃO?

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Me lembro de um desenho animado da Walt Disney que assisti na infância cujo roteiro mostrava de
forma bem-humorada a transformação do afável [e até bobalhão] Pateta num personagem
rabugento e violento. A radical transformação do Pateta ocorria simplesmente por ele entrar em seu
automóvel para enfrentar o trânsito. Esta animação foi produzida em 1950, quando o tráfego urbano
(mesmo o norte-americano) estava distante dos atuais níveis. De personagem incapaz de pisar num
inseto quando fora do carro, ao enfrentar o primeiro contratempo no trânsito Pateta vocifera e xinga,
enquanto surgem presas diabólicos… Teria o roteirista apenas exposto as transformações que nosso
humor sofre quando submetido a situações estressantes, ou teria ele (talvez sem perceber) ido mais
além e escancarado que não somos em nossas vidas privadas a mesma pessoa que somos
publicamente?

A pergunta que Dinho Outo-Preto faz no refrão da música Quatro Vezes Você é: “O que você queria
fazer se ninguém pudesse te ver?”

Estarmos dentro de um carro, com vidros escurecidos, temperatura estabilizada e som ambiente com
nossa trilha sonora preferida talvez nos dê a sensação de estarmos dentro de uma bolha, isolados do
mudo real: invisíveis. Talvez nestas condições eu deixe de ser eu e passe a sentir-me disfarçado de
placa de carro, irreconhecível. Será que basta este frágil esconderijo para que eu me permita “ser eu
mesmo”, manifestando meu verdadeiro eu?

Certa vez vi uma moça elegante dentro de elegante carro, parados no semáforo vermelho. Ela com
vidros fechados, certamente ouvindo pelo rádio sua emissora predileta, com um olhar distante, fixo
no horizonte, divagando em seus pensamentos… Alheia aos pedestres que a rodeavam, ele retirava
do nariz melecas e mais melecas, numa fúria higiênica, ao mesmo tempo que sanitária: cômico. Ela
sequer via as pessoas ao redor do carro, rindo da cena bizarra. Ela estava protegida, fora do mundo
real, dentro da sua bolha de vidro e metal e, creio, se sentia tão isolada que confortavelmente fazia
aquilo que fazemos apenas na intimidade do banheiro, sem que ninguém possa nos flagrar. “O que
você queria fazer se ninguém pudesse te ver?”

Após envolver-se numa encrenca juvenil, fui chamar a atenção e educar meu filho de 18 anos. Na
conversa, surpreendi-me quando ele já sabia a diferença entre caráter e reputação. De forma simples
e direta me respondeu: “Reputação é como as pessoas nos veem. É manter as aparências. Mantemos
comportamento social aceitável para proteger nossa reputação. Já o caráter é fruto dos nossos
valores, é o que somos por dentro e que influencia nosso comportamento, mesmo que ninguém
possa ver ou descobrir o que estamos fazendo sozinhos.”

De fato, existem pessoas de mau-caráter que gozam de excelente reputação, pois via marketing
pessoal conseguem esconder seus “mal feitos”. Há, contudo, os que possuem caráter ilibado, porém,
por fruto de inveja, maldade ou política, tornam-se vítimas de falsos testemunhos ou campanhas,
denegrindo suas reputações perante a opinião dos incautos. Outras vezes, pessoas de ótimo caráter
mancham suas reputações ao tecerem comentários inadequados ou sendo mal interpretados em
suas intenções. Também acontece.

Deus está muito interessado no meu caráter. Jesus, não é apenas o Salvador da alma [que aponta
para uma outra vida] mas é meu modelo de caráter [o que aponta para esta existência]. Olhando
para a biografia de Cristo descubro como devo e como não devo agir ou reagir. Numa situação
hipotética, se Deus eliminasse o livre-arbítrio do homem e implantasse “na marra” o caráter de Cristo
nas pessoas, teríamos sociedades perfeitas – sem crimes e qualquer tipo de injustiças. Mas Deus não
fará isto. Temos entendido que o protocolo de Deus é dar ao ser humano um modelo de caráter:
Cristo, expresso no Evangelho, para que este modelo sirva de inspiração para a humanidade.
Quanto mais nosso caráter se aproximar do de Cristo (e quanto mais pessoas forem influenciadas e
aderirem a este modelo) menos injusta será a sociedade. Justiça social e todo tipo de paz são
consequência do caráter de Cristo implantado na alma humana. Transformação coletiva inicia na
transformação individual. Paz começa em mim. Justiça começa comigo. Um modelo replicável
conforme for influenciando outros indivíduos.

Vários indivíduos com caráter de Cristo possuem o potencial de construir uma sociedade harmoniosa.
Possivelmente não há um programa de governo consiga instaurar harmonia social por decreto. Amor
não se instaura por decreto! Esta hipotética sociedade harmoniosa – fruto do caráter de Cristo
implantada nos indivíduos – é aquilo que poderíamos chamar de “On Reino de Deus”. “Venha a nós
o Seu Reino…”
Deus está neste negócio! É interesse Dele implantar o Seu Reino na terra, mas Ele não o fará por
decreto, mas por influência. Para cumprir Seu propósito de implantar o Seu Reino na terra, Ele
precisará primeiro de implantar o caráter de Cristo em mim, nem que isto custe minha reputação…
Deus não salvou a reputação de Jesus… Mas mesmo sendo ele homem de caráter ilibado, teve sua
reputação estragada por fofocas dos religiosos: “Crucifique-o”. Deus está interessado que eu reflita
o caráter de Cristo, mesmo que isto custe minha reputação… E isto me dá medo.

Venha, Senhor, o Seu Reino… E seja feita a sua vontade, aqui na terra, assim como ela já tem sido
feita no céu. Para isso, não me deixe sequer cair em tentação (pois não resistirei a ela), mas livra-me
do mal… Que assim seja!

Luciano Maia

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COMO COMPARTILHAR MINHA FÉ?

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Por Jeferson Ferreira

Qual cristão nunca se deparou com a sensação desafiadora de que  – no meio de alguma conversa  – deveria ter compartilhado sua fé?

 

Venho de família cristã-evangélica e passei minha vida assistindo meu querido pai (que já se foi) evangelizando. Ele tinha sua própria maneira visceral de fazer isso. Por vezes o via abordando pessoas em situações as mais diversas para compartilhar sua fé. Soube notícia dos amigos mais antigos dele, que ele já havia gerado desconfortos em seus locais de trabalho quando era jovem, e chegou ao ponto de perder o emprego por conta de seu perfil evangelizador raiz.

 

Toda e qualquer situação poderia ser usada para compartilhar sua fé. Muitas vezes quando mais velho, e já aposentado, ele ia para um shopping ou sentava em um parque infantil simplesmente para utilizar a oportunidade onde as pessoas estavam mais relaxadas e abordava alguém que se sentasse desavisadamente ao seu lado para então afirmar, muitas vezes de maneira direta: “Se você não aceitar a Jesus você vai para o inferno!”.

 

Certo dia estávamos juntos em uma sauna quando ele falou bem alto: “O inferno deve ser quente deste jeito e quem não tem Jesus vai é para lá”. Ele tentava puxar conversa com alguém no ambiente para cumprir sua missão, mas acabou é afugentando todo mundo (risos).

 

Cabe ressaltar que quando ele utilizava a palavra inferno não carregava um tom de ameaça, raiva ou ódio como pode parecer hoje em dia, e sim no sentido literal do que a fé cristã acredita quando se refere a vida após a morte, ao colocar a decisão pessoal de cada um em aceitar o sacrifício de Jesus em vida como fator determinante para o destino eterno de sua alma:

“PORQUE DEUS TANTO AMOU O MUNDO QUE DEU O SEU ÚNICO FILHO, PARA QUE TODO O QUE NELE CRER NÃO MORRA, MAS TENHA A VIDA ETERNA.”  João 3. 16

 

A propósito do grande comissionamento dado por Jesus em sua ascensão aos céus, cristãos dos vários séculos tem utilizado variadas formas de compartilhar sua fé, por vezes até utilizando a violência para isso, como descreve a história na época da inquisição por exemplo.

 

Era muito comum em minha infância ver o evangelho ser pregado em praças públicas utilizando um megafone, inclusive foi assim que meu pai teve seu primeiro contato com o evangelho e aceitou a Jesus como seu salvador.

 

Outros modelos se popularizaram e se consolidaram no decorrer do tempo, e até hoje alguns ainda tem sido usado: livros e panfletos distribuídos, Bíblias nos quartos de hotel, grandes cruzadas evangelísticas realizadas por grandes pregadores internacionais (lindo ver a foto de Billy Graham pregando em um maracanã lotado com 225 mil pessoas silenciosamente ouvindo a pregação de um evangelho simples e direto), frases e placas com a simples frase “Jesus te ama” sendo instaladas nas árvores na extensão das rodovias.

“PORTANTO, VÃO E FAÇAM DISCÍPULOS DE TODAS AS NAÇÕES, BATIZANDO-OS EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, ENSINANDO-OS A OBEDECER A TUDO O QUE EU ORDENEI A VOCÊS. E EU ESTAREI SEMPRE COM VOCÊS, ATÉ O FIM DOS TEMPOS.”  Mateus 28. 19

 

E agora, como nós, cristãos, temos compartilhado nossa fé, a ordem do Mestre não mudou, o que realmente deve ser mudado?

 

A pouco tempo fui apresentado, por meus filhos, a um novo tipo de música cristã. Algo chamado Hip-hop/Rap ou outra coisa que não consigo distinguir, com letras consistentes com o evangelho. Confesso que não consegui ser alcançado pelo conteúdo devido ao meu pré-conceito com a forma, mas o evangelho estava lá, ignorando meu pré-conceito, sendo narrado dentro de um contexto próprio da realidade das periferias e sendo ouvido por jovens cristãos de todas as classes sociais.

 

Por outro lado, ouço as músicas cristãs elaboradas que utilizam o Jazz, Blues, Pop Rock, Sertanejo se misturando com uma narrativa romântica/comportamental/psicológica, onde o evangelho vem com tamanha sutileza comportamental e com uma tentativa de misturar tudo de modo a agradar. Esta música desafia o ouvinte a encontrar o evangelho na poesia colocando quem ouve totalmente responsável por sua interpretação, se utilizando da realidade própria dos jovens de classe média-alta.

 

Tenho sentido em nossa realidade social, inclusive a cristã, paradoxalmente, uma abordagem crescente de respeito a opinião alheia, alienação quanto ao próximo e um surto de sofrimento devido a solidão. Como cristãos temos que ter por claro que temos a solução para os dramas presentes e para o destino de nossa alma. Pela Graça temos sim tudo isso já solucionado em Jesus:

“POIS VOCÊS SÃO SALVOS PELA GRAÇA, POR MEIO DA FÉ, E ISTO NÃO VEM DE VOCÊS, É DOM DE DEUS; NÃO POR OBRAS, PARA QUE NINGUÉM SE GLORIE.” Efésios 2. 8

 

Termino esta reflexão sem respostas! Gostaria na verdade seguir com as perguntas: Como comunicar minha fé neste tempo de inteligência artificial que responde a tudo, e de conflitos relacionais que travam, limitam e formatam a maneira em que devemos dar nossa “opinião” como cristãos?

 

Vamos fazer um Blog? Vamos colocar em nossos carros a frase “Propriedade exclusiva de Jesus”? Vamos abrir um partido político e expressar para deixar claro nossas convicções? Vamos ficar mais quietos o possível, assim depois que todos falarem eles nos ouvirão? Vamos nos misturar na arte, na música nas empresas e o mais discretamente possível introduzir nossas ideias? Afinal, o evangelho é uma opinião sobre a vida, ou é a própria vida em si?

 

De fato, e as vezes, acho que deveríamos voltar aos métodos dos antigos cristãos como meu pai e passarmos a gritar em alto e bom som que “Só Jesus Cristo Salva!” mesmo correndo o risco de ser “apedrejado”. Ups! Não, agora se diz “cancelado”.

 

Na verdade, a única coisa que tenho certeza é que eu deveria clamar por Sua visita:

MAS RECEBERÃO PODER QUANDO O ESPÍRITO SANTO DESCER SOBRE VOCÊS, E SERÃO MINHAS TESTEMUNHAS EM JERUSALÉM, EM TODA A JUDEIA E SAMARIA, E ATÉ OS CONFINS DA TERRA”. Atos 1.8

 

Jeferson Ferreira.

Aniversário de 63 anos de Brasília

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QUE BOA VIDA!

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Rafael Nadal Parera é um tenista profissional espanhol considerado um dos maiores tenistas de todos os tempos. Foi o primeiro tenista a conquistar 22 Grand Slams e é o atual titular do recorde. Já conquistou 103 títulos, 92 dos quais foram em simples e 11 em duplas. É o atual 13º colocado do ranking mundial. Mas é o único tenista a ter realizado o fato notável de vencer ao menos um dos torneios do Grand Slam durante dez temporadas seguidas.

 

Nadal é discreto e não costuma ter sua vida pessoal comentada. O único relacionamento afetivo conhecido é o que mantém desde 2005 com a jovem estudante Maria Francisca Perello, amiga da irmã dele. De acordo com a revista Forbes, em 2021, a fortuna estimada do tenista espanhol Rafa Nadal era de cerca de 180 milhões de dólares. Ele é um dos atletas mais bem pagos do mundo, tendo acumulado ganhos significativos ao longo de sua carreira com prêmios em dinheiro, contratos publicitários e investimentos em imóveis e outros empreendimentos. Um rapaz que realmente tem uma boa vida!

 

Para alguns ele é uma inspiração pessoal e profissional, para outros ele é alvo de inveja. Seja por motivação positiva ou negativa, de qualquer forma, muitos mortais gostariam de ter todas as possibilidades que a fama e o dinheiro oferecem, especialmente a boa vida! Mas, para avançarmos no texto, assista agora este filme publicitário abaixo, da cerveja AMSTEL, cujo protagonista é o próprio Rafa Nadal.

 

 

 

Nada como olhar para o lado e enxergarmos que a grama do vizinho é, na verdade, muito mais verde… Sim, existem vizinhos cujo gramado é mesmo mais cuidado, mais bonito e mais verde. Isto não é um mito. O ditado popular que assevera que a grama vizinha parecerá mais verde é nalguns casos verdadeiro, noutros não. No filme publicitário assistido acima, vimos que todos os personagens tiveram suas razões para desejar ter o que o outro tem ou estar onde o outra está, até mesmo o Nadal, que por fim, desejou estar no lugar daquele anônimo, que o invejou no início do filme… De forma menos filosófica, todos tivemos, temos ou teremos algum nível de inveja de alguém. Da vida boa do outro!

 

O número dos que nos invejam confirma as nossas capacidades, nosso talento, ou alguma característica boa que herdamos. Assim, ser invejado não é algo de todo ruim. Quer saber se você faz a diferença? Conte quantos invejosos há ao seu redor! Caso não encontre nenhum, certamente que você tem feito pouca diferença, já que ninguém taca pedra em mangueira que não dá manga. Se o preço que pagamos pelo sucesso é a inveja, viva os invejosos, pois, na última linha, a vaia é o aplauso dos invejosos. Mas não se engane… Todos somos vítimas e algozes, todos somos invejados em algo e invejamos outros por outras razões. Ser rodeado por invejosos não é confortável. Contudo, a inveja tem uma função paradoxal, pois muitos só descobrem o seu talento graças aos invejosos.

 

Algumas pessoas de baixa auto-estima gostam de ser invejadas, e até provocam intencionalmente este sentimento nos outros escondendo suas sujeiras, contando suas vantagens e, por fim, amplificando seus feitos ou dotes via redes sociais. Estes assim pensam: “Não condeno os invejosos, no lugar deles, também quereria ser eu”.

 

E Jesus? Jesus lidou com a inveja perdoando os invejosos. O evangelista Marcos registra o seguinte pensamento de Pôncio Pilatos: “Pilatos sabia muito bem que os chefes dos sacerdotes tinham inveja de Jesus e que era por isso que haviam entregado Jesus para ele”. Sim, inveja mata. Ao menos no caso de Jesus, foi a inveja que o matou. Mas ele nos deu o exemplo, perdoando os que o invejou. E você? Já se perdoou por ser um invejoso? Talvez sim. Mas já perdoou aquele que o inveja?

 

No caso de Jesus, a “grama” dele era mesmo muito mais verde que a “grama” dos líderes religiosos de sua época. Mas pode crer, que muitas das vezes que nós invejamos a vida alheia, é um desejo no vazio.

 

Luciano Maia, invejando quem sabe fazer um bacalhau delicioso.. Pois não sei fazer…

 

 

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DEUS JÁ SABE!

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Abraão é conhecido pelos cristãos como um herói da fé e lembrado pelos judeus como o grande patriarca, responsável por iniciar uma linhagem selecionada por Deus, o povo de Israel. A Abraão O Senhor fez pedidos e promessas. Quais os pedidos e quais as promessas? Aqui quero primeiro destacar as sete principais promessas que O Senhor fez a Abraão:

  1. “E apareceu o SENHOR a Abrão, e disse: A tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.”Gênesis 12.7
  2. “E far-te-ei uma grande nação…”Gênesis 12.2
  3. “… e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome…”Gênesis 12.2
  4. “… e tu serás uma bênção.”Gênesis 12.2
  5. “E abençoarei os que te abençoarem…”Gênesis 12.3
  6. “… e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem…”Gênesis 12.3
  7. “… e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”Gênesis 12.3

 

Promessas importantes para um homem que era nômade, ou seja, não possuía terras onde pudesse descansar, viver e prosperar. Mas, para ser alvo de tantas promessas interessantes, o que Abraão fez demais para merecê-las. O que foi pedido a Abraão?

 

Para este homem, inicialmente, não foi pedido nada de extraordinário. Nenhum tipo de culto sacrificial caro ou custoso. Nenhum tipo de promessa por parte de Abraão. A Abraão não se pediu autoflagelação. Nem que subisse escadarias de joelhos, nem que subisse um monte muito alto e lá permanecesse dias em jejum e orações. Para Abraão Deus pediu apenas que vivesse: “Saia da casa de seus pais e vá viver a vida!”. Nos dias atuais muitas pessoas sonham em sair de suas rotinas, muitos desejam ser “nômades digitais” viajando todo o mundo e publicando vídeos no Youtube, exibindo um estilo de vida abraâmico, sem posseções, sem estresses e com poucas contam para pagar. Para Abraão Deus disse: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei”. E lá foi ele! Pena que não existiam as redes sociais naquela época, ou nos divertiríamos muito vendo as publicações de seus vídeos e reels.

 

Em determinado momento, anos e anos depois, a jornada dele ficou séria, pois Deus faz a Abraão um segundo pedido: Mate o filho que eu te dei! Hum… Este segundo, e último, pedido de Deus foi bem doloroso. De fato, não queria um sacrifício humano de sangue, mas um sacrifício de alma. Não queria o sangue do filho, mas o coração do pai: “Será que este pai ama mais a mim que a seu próprio filho?”. Sim, a resposta Deus já sabia, mas quem precisava desta resposta era o próprio Abraão. Ele precisava saber quais eram seus valores de vida. Ele precisava saber do que ele era realmente feito, se de fé num projeto de vida, ou se de fé na caminhada. Deus era um projeto de vida, filho era apenas uma consequência da caminhada. O que é mais importante? Ao ser confrontado, Abraão descobriu que suas bases permaneciam as mesas, ou seja, mais importante o projeto, que as consequências do projeto. Ele descobriu que se Deus deu um filho milagrosamente, pode também dar outro, ou até ressucitar. Mas projetos de vida bem delineados é que nos sustentam, mesmo diante de tribulações, dúvidas e angústias.

 

Não foi Deus que conheceu Abraão, mas Abraão que se conheceu a si mesmo. E assim, livre de dúvidas, continuou ele curtindo sua vida, caminhando livremente, cultuando Deus aqui e ali, sem regras, sem angústias, levantando altares lá ou ajoelhando-se acolá.

 

Qual sacrifício Deus pede para você? O mesmo que pediu para Abraão: que curta ao máximo a sua vida, pois ela é bem finita. E, se Ele te pedir algo, por mais estranho ou doloroso que seja, faça! Será apenas uma oportunidade para você se conhecer, pois Deus? Já te conhece muito bem! Talvez o grande desafio não seja fazer algo extraordinário durante nossa vida, mas seja viver curtindo o simples, de forma alegre e regalada, como viveu Abraão, sem aguardar eventos espetaculosos. Cumprir o desafio de viver feliz, e por isso ser chamado de herói da fé.

 

Luciano Maia

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GENTILEZA NÃO É COISA DE GENTE LÉSA.

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Era um daqueles voos apelidados de “cata-louco”, por zarparem bem de madrugada, antes mesmo dos raios solares darem o ar da graça. Cheguei pontualmente no aeroporto de Congonhas, para uma importante entrevista de trabalho numa multinacional. Já no táxi, por educação, não entrei em órbita no planeta celular, ao contrário, fui conversando frivolidades existenciais com o chofer. No meio da viagem converti-me de um tranquilo passageiro num cliente levemente tenso, uma vez que aquele trânsito paulistano iniciou o seu sagrado ritual de engarrafar-se sem prévio aviso. “Não posso me atrasar!”, disse eu, já tenso. Vira-aqui-vira-ali e chegamos ao destino na pinta. Querendo desembarcar aceleradamente, descobri que eu estava sem qualquer meio de pagamento. Sem dinheiro, nem talão de cheques, cartão bloqueado sei lá porque e pix, naquela época, sequer existia. Gelei! Comecei buscar soluções, quis deixar meu documento como garantia e em meio à minha sofreguidão o taxista disse calmamente: “Não se preocupe! A corrida foi por minha conta! Boa sorte!”. Entre incrédulo, constrangido e agradecido, desci apressadamente, sem acreditar na bondade e gentileza daquela alma, que jamais viria novamente.

 

Fomos conhecer um café na Vila Madalena que pratica o “café compartilhado”, um sistema no qual você toma um café pago por alguém e pode fazer a mesma gentileza: deixar um café pago para outra pessoa. Esse hábito do “café pendente” surgiu por conta do livro The Hanging Coffee, no qual um personagem toma seu café e ao pagar a conta deixa pago dois cafés: o seu e um pendente para o próximo cliente que vier. Lá no Ekoa Café, quase todos clientes praticavam esta gentileza, mas creio muito mais por modismo que por bondade, pois, hoje que o Ekoa Café não mais existe, tal gentileza se foi junto. Se o hábito do “café compartilhado” fosse mais que uma modinha, mas um estilo de vida gentil, certamente que o costume perduraria nos outros cafés do bairro.

 

Tem algumas estórias bíblicas bem lindas sobre gentilezas e hospitalidades, como a descrita em 2º Reis, capítulo quarto, que narra que um dia Eliseu foi até a cidade de Suném, onde morava uma mulher rica. Ela o convidou para uma refeição, e daí em diante, sempre que ia a Suném, Eliseu tomava as suas refeições na casa dela. Ela disse ao seu marido: — Tenho a certeza de que esse homem que vem sempre aqui é um santo homem de Deus. Vamos construir um quarto pequeno na parte de cima da casa e vamos pôr ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lamparina. E assim, quando ele vier nos visitar, poderá ficar lá. Certo dia Eliseu voltou a Suném e subiu ao seu quarto para descansar. Ele disse a Geazi, o seu empregado: — Pergunte o que eu posso fazer por ela para pagar todo o trabalho que ela tem tido, cuidando de nós. Mas a mulher respondeu: — Eu tenho tudo o que preciso aqui. Eliseu perguntou a Geazi: — Então o que posso fazer por ela? Ele disse: — Bem, a mulher não tem filhos, e o marido dela é velho. Então ele a chamou e disse: — No ano que vem, por este tempo, você carregará um filho no colo. A mulher exclamou: — Por favor, não minta para mim! O senhor é um homem de Deus! Mas, assim como Eliseu tinha dito, no ano seguinte, no tempo marcado, ela deu à luz um filho. Séculos depois, o autor do livro Hebreus, legitimando esta estória de Eliseu, reiterou:

“Não deixem de receber bem aqueles que vêm à casa de vocês; pois alguns que foram hospitaleiros receberam anjos, sem saber.”

 

Quantas vezes a gentileza de um estranho alegrou nosso dia e a hospitalidade de outros nos livrou de dificuldades! E quantas vezes nós, aos sermos hospitaleiros, pudemos ser ao mesmo tempo abençoados e abençoadores, como disse o britânico, autor de O Senhor dos Anéis, J. R. R. Tolkien:

“Geralmente o hóspede que não foi convidado, acaba sendo a melhor companhia.”

 

E Jesus, será que era hospitaleiro? Existe uma narrativa no evangelho de João que nos conta que João Batista estava com dois dos seus discípulos e quando ele viu Jesus passar, disse: — Aí está o Cordeiro de Deus! Quando os dois discípulos de João Batista ouviram isso, saíram seguindo Jesus. Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou: — O que é que vocês estão procurando? Eles perguntaram: — Mestre, onde é que o senhor mora? — Venham ver! — disse Jesus. Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia! Poxa… Queria eu ter sido um destes hóspedes.

 

Esta semana na casa do Jeferson e da Kelly a gente fez uma leitura do 4º capítulo do livro de Efésios, no qual pudemos ler o seguinte: “Sejam sempre humildes, gentis, pacientes, e tolerem uns aos outros com amor.” Êita! Só coisa boa: humildade, gentileza, paciência e tolerância… Êita lasquera… Só coisa difícil! Porém, necessárias. Que tal treinarmos gentileza verdadeira com estranhos? Meu desafio é parar de criticar os bebedores de café da Vila Madalena e, a partir de hoje, sempre que eu tomar um cafezinho na rua, deixar outro pago para o próximo. Por pura gentileza e amor ao próximo.

 

Luciano Maia, em meio às águas de Março fechando o verão 2023.

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O segredo definitivo para uma carreira bem sucedida.

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O título deste artigo tem o poder de atrair um grande número de leitores na mesma intensidade que tem de afastar tantos outros. Os primeiros, talvez mais jovens são ávidos por dicas rápidas e ‘segredos’ que irão alçá-los profissionalmente. A outra parte, dos que se afastam deste tipo de assunto, é possivelmente formada pelos mais experientes e decepcionados com promessas fáceis dos muitos gurus outrora reverenciados.

Quero confrontar você a ponto de decepcioná-lo e dizer que não existem segredos, uma mágica ou um atalho que o colocará na posição profissional dos seus sonhos. Não existem, por exemplo, os “Cinco passos para ser um CEO”. As obras dos autores que entregam tais tipos de promessas estão mais próximas da literatura mística e dos contos de fada que de livros de administração ou gestão de recursos humanos.

Contudo, permanece a pergunta intrigante: o que separou os caminhos daqueles dois amigos de faculdade que possuíam a mesma energia de vida, o mesmo conhecimento acadêmico, se graduaram juntos e tinham background familiar semelhantes, sendo que um se tornou um profissional que lidera milhares de pessoas,  e o outro um profissional mediano, que nem sempre consegue pagar integralmente sua fatura do cartão de crédito? Onde o caminho deles se bifurcou?

O alcance de metas pessoais e profissionais e o tornar-se um profissional bem-sucedido está relacionado aos ‘princípios’ e nada relacionado aos ‘segredos’. Se houvesse segredos para se tornar um Diretor Executivo, eles poderiam ser desvendados, escritos num livro e o mundo seria um lugar apenas de Diretores sem ninguém para ser comandado. Esta é uma hipótese absurda! Apesar de serem muitas as variáveis que alavancam ou atrasam uma carreira profissional, são os princípios de um indivíduo que o farão destacar-se da multidão no transcorrer de sua carreira profissional. Tais princípios podem ser definidos como sendo um conjunto de padrões de conduta, pressupostos, fundamentos ou a essência decisória.  E quais deles regem sua vida profissional?

O sistema filosófico popular é pródigo em criar provérbios, ou seja, uma frase que se baseia na sabedoria do senso comum de um determinado povo ou meio cultural. Os orientais são criativos ao formular provérbios e muitos oradores gostam de iniciar seus discursos com ditados chineses, por exemplo. Provérbios são um ótimo exemplo de princípios, pois revelam como determinado povo resolve seus dilemas por meio de sua sabedoria ancestral.

Se o que diferencia o destino da jornada profissional são os princípios que regem a pessoa, quais são os que devemos perseguir e quais os que devemos exorcizar? Na busca desta resposta, lançarei mão de princípios que se expressam por meio de cinco provérbios hebreus milenares. 

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O primeiro é o Princípio da Iniciativa que diz “Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca plantará, nem colherá nada”. Tenha como seu princípio profissional tomar a iniciativa, sempre! O primeiro emprego de minha esposa foi excelente e fruto da minha iniciativa de enviar o currículo dela para uma vaga absolutamente improvável. Ela não queria enviar. Eu secretamente o fiz e ela foi a selecionada. Just do it. Sabe qual é o melhor momento para se plantar uma árvore? Foi há vinte anos… Sabe qual é o segundo melhor momento? Hoje! Seja quem toma a iniciativa dentro do escritório e não se importe com as críticas. Seus frutos aparecerão!

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Vamos partir, então, para o segundo princípio: o da Persistência. Ao analisarmos o provérbio “Semeie de manhã e também de tarde, porque você não sabe se todas as sementes crescerão bem, nem se uma crescerá melhor do que a outra” percebemos que profissionais da área de vendas são essencialmente persistentes e sem a área comercial muitas empresas simplesmente não existiriam. Encare suas dificuldades profissionais como oportunidades de melhoria. Enxergue a bronca do seu gestor como um coaching para seu caráter e busque aprender com seus erros. Encare uma demissão como uma promoção ao novo patamar. Jamais desista dos seus objetivos. Sua vida profissional está mais difícil? Parabéns, você mudou de fase! Seja resiliente, pois só não colhe quem não planta.

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Já no Princípio da Precaução o melhor provérbio que o explica é “Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá o seu lucro. Aplique em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo”. Uma pessoa precavida normalmente o é em várias áreas de sua vida e não apenas nas finanças. Para que tenhamos uma ideia do quanto a precaução é importante no ambiente profissional, basta eu citar o desleixo, imprudência, negligência, descuido, inadvertência e a improvidência. Será que um profissional com tais características terá chances de subir na carreira? Claro que não! Ser precavido evita acidentes tanto em nível pessoal quanto profissional. Empresas preferirão promover às lideranças profissionais que sejam econômicas e previdentes.

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E claro que não poderia faltar o Princípio da Alegria. Já dizia o provérbio “Como é agradável a luz do dia, e como é bom ver o sol! Viva alegre durante todos os anos da sua vida”.Tem gente que vive alegre e isso a faz popular dentro da empresa. Se somarmos competência com simpatia temos um resultado imbatível. Você prefere conviver com um colega de trabalho alegre e simpático ou com alguém triste e mal-humorado? Se ambos forem competentes, a escolha recairá naturalmente sobre o alegre. Seja alegre com a luz do dia, com o seu trabalho e com os desafios que ele reserva para você. Todas as portas da vida se abrirão mais facilmente para as pessoas que sabem viver com alegria, dentro ou fora da empresa.

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E por fim um dos mais importantes princípios, o da Humildade. O provérbio hebreu já afirmava “Tudo o que acontece é ilusão”. Não é nada fácil conviver com um colega de trabalho arrogante, soberbo ou excessivamente vaidoso de suas realizações profissionais. Normalmente as portas vão se fechando para este tipo de pessoa no transcorrer de sua carreira. Contudo, o profissional que realiza suas tarefas com muita qualidade e entende que ter batido suas metas não o promove à categoria de “Deus do Olimpo”, sempre buscará desempenho ainda superior no ano seguinte. Ele entende que o prêmio recebido por produtividade, a placa de honra ao mérito ou o bônus anual, são apenas ilusões passageiras. Profissionais competentes, porém humildes, conquistam a simpatia de todos e são pessoas inspiradoras, líderes de si mesmos e, por isso, aptos a serem líderes de muitos.

Princípios apontam para o caráter. Portanto, no lugar de alimentar ressentimentos em relação aos colegas que alcançam sucesso profissional devemos buscar aprender os princípios que regem a vida dos profissionais que receberam reconhecimento.

 

Luciano Maia

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