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O PARADOXO DAS LÁGRIMAS.

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O verdadeiro sorriso nunca engana, ele é bem sincero. A externalização no rosto do que está acontecendo dentro da alma, refletindo pro mundo a alegria que inunda o ser. Mas o choro é diferente. O choro não é óbvio, sendo até paradoxal. Se o choro fosse uma pessoa, possivelmente ele seria diagnosticado com esquizofrenia, pois podemos chorar de dor, de tristeza, de angústia, medo ou fraqueza. Mas também podemos chorar de felicidade, emoção, alívio, gratidão, prazer… Acabei de cair no choro. Chorei como criança! Não me contive…

 

Fui um jovem que não chorava. Foram tantas as agruras da infância e adolescência que gastei meu estoque de lágrimas bem cedo na vida e por defesa da alma, acabei criando uma crosta bem grossa que impedia as emoções de brotarem à flor da pele, assim me identificava com os versos de Andrea Doria que dizia: “Nada mais vai me ferir! É que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei. Tenho o que ficou, e tenho sorte até demais…” (Renato Russo).

 

Mas houve um tempo em que estas lágrimas represadas na barragem da vida transbordaram sem controle, rompendo tudo, como em Brumadinho… Santo acidente, provocado pela descomunal força das águas do Espírito Santo. Voltei a chorar… Deus foi retirando aquela crosta de rejeitos da alma sofrida e de repente tudo correu, inundou e escorreu…. sem limites! Assim, me converti num chorão, até que aprendi com o próprio Espírito que já estava bom de extremismos… Autocomiseração também é uma doença. Por fim o efeito pendular (que me levou de um termo ao outro) foi se equilibrando, o pêndulo foi parando, fui me curando dos extremos.

 

Como disse, acabo de cair no choro! O melhor dos choros, que é o choro de alegria e emoção. Minha alma não conseguiu conter o que estava represado. Hoje é o oitavo dia que estou diagnosticado com COVID-19. Passei toda semana quarentenado no meu quarto, sem olfato, sem contato físico com minha esposa e sem visitas. Considerando as fatais notícias que lemos diariamente na imprensa, passei até feliz com os sintomas não tão severos. Estar trancado num quarto confortável com Whatsapp, Netflix e Youtube nos permite um nível de distração que a humanidade simplesmente desconhecia até ontem. “A vontade de viver mantém a vida de um doente, mas, se ele desanima, não existe mais esperança” (Provérbios 18:14).

 

Tudo transcorrendo tão bem que eu só agradecia a Deus entre os litros e litros e litros de água para manter-me bem hidratado. Desci para me aliviar e… Pimba! Senti o mais maravilhoso dos aromas que a minha memória poderia alcançar… Chegou às minhas narinas o indescritível cheiro do almoço que Simone preparou pra mim. Bateu forte, intenso, agudo. Como eu jamais tinha observado ou apreciado. Mesmo com a máscara, o cheiro dos temperos foi tão abundante que o senti no mais profundo do meu cérebro… Inexplicável! Como se nunca tivesse sentido aqueles aromas antes! Narina virgem. O cego que enxerga pela primeira vez! Invadiu-me completamente! Instantaneamente, sem controle, como criança, caí no berreiro! Emocionado com aquele cheiro sublime, magnífico, excelso, supremo, extraordinário, glorioso, milagroso, prodigioso! Sim… Me falta um adjetivo superlativo que exprima o que senti! Transbordei em lágrimas… Talvez por lembrar dos muitos que não tiveram o mesmo fim e já estão noutra vida. Talvez por perceber que sobrevivi a esta doença cruel. Ou talvez apenas pelo simples fato de constatar que a vida é muito, muito simples… E que sentir cheiro é algo inestimável, que no cotidiano, nem sempre prestamos a atenção devida. A vida é um milagre!

 

“Existem apenas dois modos de viver a vida: um é como se nada fosse milagre; o outro é como se tudo fosse um milagre. Eu acredito no último.”

Albert Einstein.

 

Sou um cara que presta muita atenção na existência. Reflito nos detalhes. Curto os prazeres da vida profundamente. Não morrerei com a culpa do pecado de não ter curtido o dom da vida, presente que Deus nos deu!  Aproveito do sexo intensamente. Curto sem reservas os aromas de uma taça de vinho. Aprecio cada o pôr-do-sol como se fosse o último. Deixo meu corpo vibrar na batida e nas notas musicais de canções profundas. Não deixo de criar oportunidades para degustar o hoje, como se fosse o meu último dia. Papai do Céu sabe que estou prontinho para morrer, hoje. Se ele me quiser lá com Ele: bênção! Se ele quiser me deixar aqui mais uns quarenta anos: bom também! Hoje recebi uma daquelas recicladas mensagens de auto-ajuda de internet declamando que “nós temos que aproveitar mais a vida…” Nem lí até o final e proferi em voz alta: “Nós não! Fale por você! Eu já aproveito a minha vida!”

 

Deixo a COVID-19 de forma óbvia – pronto para cumprir ainda mais severamente a instrução bíblica:

“Portanto aconselho que se desfrute o melhor que a vida pode proporcionar, porquanto debaixo do sol não existe nada mais feliz para o ser humano do que simplesmente comer, beber e alegrar-se. Essa é a felicidade que nos ajudará a superar os difíceis dias de trabalho durante todo o tempo de vida que Deus nos conceder debaixo do sol!”

Eclesiastes 8:15.

 

Luciano Maia

Outono’21

 

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A Juventude da Fé

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A fé, em geral, é um ponto de apoio, espécie de porto seguro. Mas, para além disso, ela é a capacidade de sermos usados como agentes de Deus nas relações interpessoais.

Em outro aspecto, a juventude tende a fragmentar-se em várias “tribos”, que buscam pela genuína felicidade que não necessita de registro (#postei) e sim de vontade de vivê-la. Desse modo, para o Reino, quem pode gerar um impacto maior: A Juventude da fé ou a Fé da juventude?

Como um “cristão de berço”, sempre me pego nesse dilema, visto que Cristo demonstrava a sua juventude através da propagação das Boas Novas. Fico fascinado como a mensagem propagada por ele foi capaz de transcender e alcançar vidas até os dias atuais. Como é magnifico ver que uma mesma narrativa possa atingir diversas “tribos”, sendo apropriada por elas e transformando-as ao mesmo tempo. É  simplesmente algo único! Uma verdadeira clausula pétrea na lei da vida.

Acredito que devemos adotar a Juventude da fé, pois nos permite transbordar a essência da luz do mundo e sal da terra, mesmo sem falar explicitamente das boas novas, o cristão irradia sua convicção de fé para tudo e para todos a sua volta. É algo que se une ao seu modo de ser.

Deste fato surge a questão mais importante de um jovem, a necessidade de pertencer ao momento único, viver e vivenciar. A forma mais simples e prática de superar essas necessidades é fazer amigos, criar o seu networking. Desse ponto, o papel do ser cristão passa por sua guinada significativa, dando origem ao ser missional.

A missão visa muito além de apenas propagar o evangelho. Tem a essência na conexão interpessoal (vínculos, intimidade). Tenho como convicção que a vida é feita por ciclos, que no decorrer dos anos se alteram, causando pequenas mudanças, as quais se refletem na essência de quem somos e como expressamos nossa fé.

Quando começamos na caminhada, fixamos nos famosos sábados, domingos, feriados ou dias especiais para cada religião. Mas, com o passar do tempo mudamos o nosso ciclo para começar a desenvolver um ministério ou até mesmo só ter um pouco de conhecimento de a respeito da fé. Depois, rompe-se este ciclo e surge o dos questionamentos ou para outros a propagação das boas novas.

Esse último ciclo não é o derradeiro da caminhada cristã, mas é o mais importante no meu ponto de vista. É justamente ele que causa o abandono ou rejeição à caminhada, uma vez que os questionamentos para jovens “cristãos de berço” surgem como barreiras para a realidade do cotidiano e a realidade da sua criação, fazendo-o se defrontar a cruz ou a espada, literalmente.

Por outro lado, aqueles que vão ainda “verdes” na postura missional causam a repulsa por parte de quem não tem intimidade com Cristo ou que perdeu o seu Norte na caminhada, retomando novamente ao ciclo dos questionamentos.

Questionar faz parte do ser humano! Tudo que fazemos se esbarra, mesmo que inconsciente ou indiretamente, em um questionamento. Esta é uma característica da natureza humana. A partir dos questionamentos e após o apogeu da juventude, vem a temida e cobiçada “maturidade”. Ser maduro é algo único para desenvolver todas as áreas da vida, nos permite identificar os momentos adequados para dialogar, se fazer presente, se fazer ausente, se impor isso revela que o ser humano é um ser social dependente de pensamentos e ações.

Logo, a Juventude da fé deve se basear na busca por relações reais e únicas, essa definição corrobora a representação do ser missional. Por isso, sempre que tomar a decisão de buscar essa terminologia deve ter a consciência da sua maturidade e buscar sempre o crescimento. É nítido que ao mesmo tempo que acrescentamos ou que entramos no ciclo da vida de outra pessoa somos impactados, as vezes de formas incalculáveis! Então, desejo que consigamos ser jovens fervorosos, a fim de desfrutar os momentos únicos e genuínos de alegria nas relações.

Por Alexandre Marques Leite

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Pedalando na Fé

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Em uma manhã como essa, há cerca de dezessete anos, meu pai resolveu me levar
para andar de bicicleta. Naquele dia seria diferente, ele havia tirado as rodinhas e sua
intenção era das melhores – finalmente me ensinar a andar de bicicleta sem elas. Após
estacionar o carro e colocar a pequena bicicleta em minha frente, me ajudou a subir e
nesse momento, lembro-me de apenas algumas cenas. Elas aconteceram mais ou
menos assim:


É justamente deste momento que me lembro tão bem, do vento me abraçando, me
dando boas vindas, da bicicleta se tornando parte de mim, como se toda minha curta
vida, que não passava do que hoje seria mais ou menos nossa espera pela próxima
Olimpíada, se resumisse naquele inédito momento. Um momento que era para muitos,
apenas alguns minutos de uma manhã de um ordinário domingo do começo dos anos

Bibi, você deve se posicionar bem. Deixe seus pés sempre nos pedais e não
incline a bike nem pra um lado nem para o outro, está bem?

Tá bem. – respondi animada.

Tá confortável o assento? Vou erguer um pouco mais o banco, ok?

Ok. – e sai, esperando que ele consertasse o assento para que eu finalmente
pudesse andar livre (o sonho de todos nós, não é mesmo?), sem as lentas e
incômodas rodinhas.

Beleza, pode montar de novo.- respondeu, assegurando que eu estava
preparada.

Beleza, pai. – e com um balançar vertical da cabeça saí pedalando.

Meu pai narra essa história com muita felicidade, como se ainda estivéssemos
ali: “Você saiu andando como se já tivesse nascido sabendo” – ele lembra. – “Fiquei tão
impressionado, pensei para mim mesmo: nunca vi isso…”
Comicamente, naquele pátio de estacionamento não havia “quaisquer obstáculos”.
Era perfeito para o treino de pedalar em uma reta, sem ter com que se preocupar.
Entretanto, como às vezes são com as coisas boas, elas parecem durar pouco. Bem,
eu disse que não havia quaisquer obstáculos, não foi? Pelo menos foi isso que meu pai
pensou, quando viu um estacionamento tão grande, com apenas um postezinho de luz
no meio. E adivinha? Foi justamente na direção dele que eu fui pedalando.
Meu pai via sem acreditar a agulha no palheiro que representava aquele poste, tão
longe de onde ele havia me “despachado”, cada vez mais perto da pequena bicicleta.
Ora, eu havia me posicionado bem, estava me equilibrando com tamanha destreza
própria do Cirque du Soleil. Meu foco estava na bicicleta, na desenvoltura técnica, no
desempenho, e não na minha direção… e booft boom!


Certamente não vivemos com um cartão de imunidade à vida; infortúnios acontecem,
erros acontecem, acidentes acontecem. É a maneira como reagimos que nos edifica
fazendo com que nossos obstáculos resultem em crescimento, testando sobretudo
nossa fé.


Na Física, muito do que se move pode ser expresso por um vetor. Vetores são
caracterizados por terem módulo, direção e sentido. Assim também é com a grandeza
de nossa fé. Não adianta equilibrar-se, “fazer milagres”, e não ter a visão de entender o
que está à sua volta e dentro de você. Como está o vetor de sua fé?
Quantas vezes você já esteve em um momento assim? Em que parece que
tudo está dando tão certo e algo tão pequeno vem e causa uma mudança tão grande.
Talvez esse contexto que vivemos seja um exemplo. Ora, como algo microscópico
como um vírus pode ocasionar uma reviravolta que freia nações, deserta ruas e
comércios e faz com que até os canais de Veneza antes poluídos convidem golfinhos?!
Algo tão pequeno que fez com que a Monalisa não visse seus milhares de visitantes
diários, e agora, após pouco mais de um ano de pandemia, que o mundo inteiro
ansiasse pela mesma coisa – o fim dessa época e a “volta ao normal”.
Apesar de todos nossos esforços como sociedade, de nossas amarguras e
conquistas, só nosso Deus continua sabendo de todas as coisas! Mais do que tudo isso

Ele nos ama e tem cuidado de nós! Assim como meu avô gostava de falar e pintar:
“Jesus te ama!” Na última ligação que tive com ele, em agosto do ano passado,
perguntei se gostaria que eu tentasse levar uma bíblia, ou alguma coisa que o poderia
alegrar, mas o protocolo do Hospital de Campanha do Mané Garrincha naquela época
não permitia a entrada de objetos. No entanto, ele disse algo que nunca vou me
esquecer: “Minha filha, não se preocupe, eu estou passando o dia me lembrando de
tudo o que eu estudei na minha Bíblia. Lembro-me das passagens, dos versículos; são
neles que empenho meu tempo recordando.” Esse tempo está aqui com um propósito.
Não é apenas um mero postezinho.


Para termos fé, temos de ter uma visão do que é a fé. Temos que entender que ela
é um Dom de Deus. Para mover montanhas, aprendi que precisamos conseguir
enxergá-las primeiro, mesmo que seja apenas em nossos corações. Meu avô me
ensinou isso e aplicou esse tema em sua vida de diversas maneiras. Ele sempre
ofertava seu tempo e recursos no evangelismo juntamente com minha avó. Em suas
placas, que pintava com tanto amor, imprimia além de dizeres bíblicos – sua fé! Não
sabia quem as veriam, como elas tocariam o coração dos passantes leitores, mas ele
estava respondendo seu chamado! Diante de tudo isso, entendemos que essas experiências são muitas vezes formas que Deus escolhe para se comunicar conosco, para nos ensinar e guiar. Isso me
lembra que já passei por tantos perrengues com minha família no estrangeiro, por
incontáveis mudanças de cidades, conheci tantas pessoas… Tenho saudades dos


meus irmãos juntos, saudades de pessoas que já se foram, saudades as vezes até
daqueles grandes tombos, que ainda levo, aprendendo a falar, escrever e ler a língua
portuguesa corretamente.


Todos nós passamos por postezinhos dos mais variados na jornada de nossa fé.
Hoje posso tranquilamente dizer com relação a isso: – Ainda bem! Obrigada Senhor
pelo privilégio que é ser direcionada pelo Teu querer e não pela minha vontade.
Por fim, existem tantas outras coisas, que por ventos, pedrinhas, postes e conflitos acabaram não acontecendo – graças a Deus por isso! Tudo teve seus próprios motivos.
Deus estava me ensinando a andar de bicicleta, a Pedalar na Fé. Certamente, Ele
estava me direcionando e me levantando para um caminho de esperança, verdade,
felicidade, abundância de vida, amor, amizade, comunhão, justiça, perdão, misericórdia
e claro, de muitos desafios e sacrifícios!


É essa vitória que também desejo para você! E então? Vamos Pedalar na Fé?

O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
1 João 5:4

Ana Adib

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FAMÍLIA, ESCOLA PARA A VIDA?

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Por Bosco Esmeraldo

Nos tempos bem antigos, havia o costume de escravizar os povos conquistados. Era algo bastante constrangedor. A primeira coisa que faziam era destruir sua cultura, a começar pela língua materna. Era-lhe imposto o aprendizado da língua do conquistador. Tudo o que o ligasse ao passado era mister que fosse destruído a fim de tornar esse povo aculturado, sem vínculo com o reino de origem. Valia tudo: religião, língua, costumes, nação, principado etc. Um povo sem cultura, sem referencial sem sonhos é facilmente conquistado e dominado.


As princesas virgens eram tomadas para concubinas reais, enquanto que os príncipes eram castrados e direcionados para uma casa especial onde ficavam sob a direção do chefe dos eunucos, também castrado. Esses tais teriam a honra e o privilégio de servir diretamente na presença no seu novo rei. Particularmente não vejo nisso honra, muito menos privilégio.


Por trás dessa prática, estava uma segurança para o conquistador: encerravam-se as dinastias dos conquistados, dando, pelo menos nesse modo de ver, a garantia de que não haveria qualquer insurreição. Aquele povo perdia a sua liberdade, tornando-se escravo, tutelado. Esse era um costume bem comum, na antiguidade, como entre os assírios, caldeus e os romanos. Alexandre Magno foi um grande conquistador, mas tinha uma postura bem diferente. Eu diria que ele se utilizava de uma administração autóctone, visto que aproveitava os recursos humanos do próprio povo conquistado. Em vez de destruir a cultura do povo em conquista, a preservava, além de difundir a sua cultura (helênica). Também aproveitava o que havia de melhor entre aquele povo e o colocava em cargo de destaque. Mas os rebeldes, eram castigados com rigor se não demonstrassem qualquer possibilidade de mudança positiva. Porfiam até ser mortos para exemplo dos demais.


Encontramos aqui uma tênue linha de comparação com nossa vida e suas fases. O nosso presente é o resultado da condução familiar dos primeiros anos de nossas vidas e isto refletirá nas demais fases.
Como nos exemplos de conquistadores, há pelo menos quatro tipos de pais: presente ativo, presente omisso, ausente co-participativo e ausente total. Dos pais presentes podemos ainda encontrar o construtor e o castrador / demolidor.

Da infância à adolescência, a criança está desenvolvendo o seu caráter e personalidade. Dependendo do estímulo recebido no seio familiar, esta será um cidadão (ou cidadã) maduro ou defectivo. Esta é fase do aprendizado. É a fase da moldagem. Enquanto a massa está mole, se amolda a qualquer forma, a depender do molde. Ainda há tempo de mudar para a forma desejada.
Os pais devem agir com amor, equilíbrio e determinação. Têm de ser empáticos, equânimes e coerentes. Também devem agir em consenso mútuo, numa só direção. Divergência nas resoluções paternas causarão danos irreparáveis no caráter e personalidade dos filhos. De igual modo, a falta de respeito entre os cônjuges resultará em filhos desequilibrados e sem perspectivas ou objetivos. Serão “eternos” tutelado sem independência.


. Na fase adulta, dificilmente uma pessoa com essa deformação personalística será bem-sucedida. As chances são mínimas, mas ainda bem que há a menor possibilidade de mudança. Observamos que alguém de bom caráter pode se corromper a depender da companhia e má influência. Sabemos que as más conversações corrompem os bons costumes. Se é possível desviar-se do bem, creio que, de igual modo, é possível restaurar indivíduo de má índole. Basta que este reconheça o seu estado defectivo e queira que a mudança certamente virá, bastando, para isso, afinco e perseverança. Infelizmente, a lei do menor esforço geralmente prevalece ante qualquer mudança.

. Na maturidade, como já exposto acima, podemos nos reciclar e ter mudanças significativas. É preciso, no entanto, vencer a inércia e perseverar até alcançar o objetivo desejado. Dizem que a inércia é vencida após vinte e um dias de perseverança. Aposte nisso!


. A senilidade ou envelhecência, costumo compará-la à fase da colheita. A qualidade de vida nessa etapa depende, e muito, de como vivemos as duas primeiras. Postura, qualidade da alimentação, exercícios nas fases da infância à maturidade são fatores fundamentais que determinarão a qualidade de vida na terceira idade.


Na verdade, só colhemos o que plantamos e isto em quantidade bem maior do que plantamos.


Por fim, um outro reino diferente de todos os demais. Um reino onde o Sumo Pontífice ama até os seus inimigos de tal forma que não hesitou sacrificar seu único Filho, para resgatar a todo aquele que aceitar o seu plano de libertação. Um plano totalmente contrário à lógica humana: para ser liberto precisa se tornar seu escravo; para receber primeiro deve saber dar e para receber perdão, antes precisa aprender a perdoar, perder para ganhar, e, pasmem, morrer para poder viver. Para isso alcançar, crer para ver e confiar cegamente no Todo Poderoso. Minha mente lógica, calculista cansou de procurar uma razão para isto, mas nada entendeu, porque isto é uma questão básica de fé. Fé que só alcançamos pelo ouvir, e ouvir pela Palavra, o Rhema de Deus. Agora sim. De posse dessa fé, dom sobrenatural, entendemos e excedemos o nosso entendimento.


. De qual tipo de reino temos vindo?
. Que tipo de reino nos tem conquistado?
. Temos repetido as mesmas práticas familiares ou temos procurado mudanças para melhor?
. Lembremos que nossas opções determinam nossa tomada de decisão.

” Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna “.

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A Angústia e a Teologia da Morte

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            Em algum lugar no tempo situado nos últimos 4 anos, tive um sonho que iria denunciar ao “ego” a necessidade e o dever emergente de morrer. Em tal sonho, fui transportado para um desmundo, um vazio cujos horizontes em todas as suas dimensões eram nada mais nada menos que um imenso branco sem fim. Todo aquele vazio era interrompido em minha frente por uma enorme porta de pedra, semelhante em textura e tipo, a Pedra de Roseta encontrado pelos arqueólogos do antigo Egito, e nesta porta estaria esculpida em seu centro a Árvore da Vida encontrada em produções literárias cabalísticas, muito parecida com uma situação de um velho desenho que assistia na TV em minha não tão distante infância. Por mais parecido que fosse, existia ali uma diferença crucial, além da grande porta existia um porteiro vestindo um terno roxo, que imediatamente o reconheci como um anjo, guardião do portão que ocultava o segredo da vida, a essência de Deus ou a Verdade (com V maiúsculo), ou até “emet” (אמת) como talvez diria alguns rabinos por aí.


            Ao contrário do que o leitor possa pensar, naquele momento não produzi qualquer comportamento de reverência ao sublime que estava experienciando, e sim o completo oposto. Eu estava completamente possuído por uma conduta de arrogância e insolência, tão típicos da adolescência. Por um segundo, me via de igual para igual com Deus, capaz de olhá-lo olho no olho e exigir um acerto de contas diante daquilo que era “meu por direito” nesta vida tão “injusta”. Caminhei até o porteiro e contei-lhe que sabia que por trás daquela porta estava Deus e que eu iria atravessá-la para tirar satisfação com ele. Não é de surpreender que a reação do anjo fosse de uma risada sarcástica e que sua resposta fosse:


– Você tem certeza que quer atravessar essa porta agindo dessa forma? Você tem certeza disso? – afirmou rindo.
– Sim, tenho certeza! – exclamei com toda a arrogância e insolência características.
– Pois bem! – disse o anjo ao estender a mão apontando em direção a porta com muita seriedade ao mesmo tempo que com um ar de um sarcasmo sereno e uma certa delicadeza.


            Dessa forma, caminhei até a porta, coloquei minhas mãos no centro e a puxei lentamente fazendo surgir uma fresta,  me permitindo olhar por um instante para o que havia ali dentro e nesse mesmo instante fui jogado ao abismo, às trevas tão profundas que eram capazes de fazer meu corpo inteiro paralisar de extrema angústia e medo, caindo continuamente do alto que estava, de volta ao corpo manifesto nesta criação divina. Certamente, creio que Deus Misericordiosíssimo ao lançar-me naquele abismo, ao não permitir que vislumbrasse ou talvez lembrasse o que estava oculto por trás daquela porta, estava realizando um grande ato de Amor e Clemência sem igual.


            Passou-se o tempo, e ano após ano o segredo daquele sonho foi, através de muito sofrimento, revelado pouco a pouco e o véu que ocultava seu sentido desfazendo-se. A revelação era a morte e aquele menino arrogante deveria morrer. Aliás, o que é a religião de Deus senão a religião da vida, da morte e da ressurreição? Como poderíamos ressuscitar sem antes sermos reduzidos às cinzas? É dito na quarta-feira de cinzas “pulvis es”.


            Em um passado distante houve um homem que trocou de nome três vezes: Seu primeiro nome foi Saulo, um garoto violento e arrogante; após ver algo extraordinário ficou cego, e após três dias voltou a ver e seu nome foi mudado para Paulo, que significa “pequeno” e “humilde”; e logo esse pequeno e humilde morreu mas continuou andando. Morreu pois obedeceu ao chamado de Cristo “(…) Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” – (Lucas 9:23). Àquele Paulo respondeu ao chamado com a morte, e disse: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. (…) “ (Gálatas 2:20). Pobre do homem que enxerga nesta passagem apenas uma simples figura linguagem ignorando seu caráter efetivo como uma ruptura de nível espiritualmente transformadora e real.


            Há dois em nós, um que deve morrer e outro que é imortal. Um é o “eu exterior” ou “ego”, particular, condicionado pelas circunstâncias, angustiado e temeroso por sua mortalidade, mas que deve morrer, pois pulvis es et in pulverem reverteris, o outro, o “Eu interior”, espiritual, imortal e incondicionado. Chama o Senhor, “negue-se a si mesmo”, portanto, chama o Senhor à morte o eu mortal para que sobrevenha o imortal, chama o Senhor à morte àquilo que chamamos em nós de Pessoa ou Persona (Máscara) para que o verdadeiro Eu ressuscite, e o verdadeiro Eu é Cristo.


            Assim, o sonho desvela-se como um chamado do Senhor para a morte desse pequeno e efêmero “eu” ou falso “ego” para que haja a ressurreição do verdadeiro “Eu”, para que enfim se possa contemplar a Verdade. Em hebraico, ao ocultarmos a primeira letra de “Verdade” (emet) a palavra passa a significar “morte” (met). Mas como morrer? Como negar a si mesmo? A chave está no grande segredo “Tornamo-nos naquilo em que meditamos”. Somente ao meditar incessantemente no Senhor é que podemos nos tornar como o Senhor. Como é dito: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17), portanto oremos sem cessar, neguemos a nós mesmos e crucifiquemo-nos com Cristo para que possamos enfim ressuscitar. Como alguém vivo poderia comer o fruto da árvore da vida e viver para sempre sem antes morrer?  Uma vez disse o teólogo Meister Eckhart, “O reino do Céu não é para ninguém além dos completamente mortos”. Ser realmente quem nascemos para Ser, Ser em Cristo, ou “Não é verdade que ‘toda a Escritura clama pela liberdade do Eu’? ”

Ian Birnbaum

Citações circunstanciais: Ananda Coomaraswamy, “O Sentido da Morte”.

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SABEDORIA: UMA RÁPIDA REFLEXÃO.

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Acreditamos que o aprendizado pode resultar em conhecimento ou sabedoria. O conhecimento está relacionado às informações: fatos; números; datas; e teorias. Já a sabedoria é uma síntese de dados e experiências que nos ajudam a entender o sentido e o propósito da existência. Se o conhecimento responde a perguntas como “Quando aconteceu a batalha de Hastings?” ou “Como se faz suflê de queijo?”, a sabedoria aborda questionamentos como “Qual é o sentido da vida?” e “Do que exatamente preciso para ser feliz?”

A principal diferença entre conhecimento e sabedoria se resume ao tempo. Podemos levar uma semana para nos tornarmos conhecedores de determinado assunto, mas uma vida inteira para adquirirmos sabedoria com relação a ele. Ainda assim, embora nos esqueçamos com frequência do conhecimento que aprendemos, nunca esquecemos o que ganhamos por meio da sabedoria. Enquanto o conhecimento é específico – relevante apenas dentro de um contexto ou disciplina em especial–, a sabedoria é atemporal. O entendimento que ela dá sempre foi e sempre será relevante, porque nos oferece o segredo de como viver.

Os sábios têm uma ideia muito clara sobre a sobrevivência. Eles sabem o quanto as coisas podem dar errado e ainda serem – basicamente – “vivíveis”. A pessoa não sábia define que os limites de seu contentamento estão longe demais, e eles dependem de fama, poder, relações pessoais, popularidade e saúde. Quem é sábio vê as vantagens de tudo isso, mas também reconhece que, dali a pouco tempo, em um momento à escolha do destino, poderá ter de estreitar os limites e encontrar o contentamento dentro de um espaço mais limitado.

A história e os sábios estoicos nos incentivam a acessar algo de que precisamos agora mais do que nunca: o lado menos apavorados e mais resilientes de nós mesmos. Já existiram eventos muitos piores e, no final, tudo ficou bem.

Confira versículos bíblicos sobre a sabedoria:

Provérbios 2:6
“Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.”

Efésios 5:15-16
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.”

Tiago 1:5
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.”

Tiago 3:17
“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”

Eclesiastes 7:10
“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias.”

Colossenses 4:5-6
“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.”

Provérbios 13:10
“Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.”

1 Coríntios 3:18
“Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.”

Tiago 3:13
“Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria.”Salmos 90:12
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.”

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MUDAS DE CRISTO

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Há mais de 20 anos, morando em casas e chácaras, desenvolvi o gosto por plantas e jardinagem.

Experimentei plantar vários tipos de sementes e vi que cada uma destas tem suas particularidades quanto ao tipo de semeadura, muda, transplante, cuidados até que cumpra seu ciclo vital. Muitas árvores dão flores e frutos com ou sem sementes. Cada uma tem modo próprio de se reproduzir; algumas em curtíssimo tempo, outros, anos de espera até darem sua primeira produção de flores e frutos. Há plantas que não se reproduzem através de sementes, mas através de estaquia como pés de umbu, seriguela. A vantagem dessa técnica é que não precisam de tanto tempo para darem seus primeiros frutos. Um pé de jabuticaba leva cerca de 15 a 20 anos para frutificar, se for resultante de uma semente germinada. Já uma muda feita por estaquia de um galho que já frutificou, é possível colher frutos desta em apenas um ano.

Atualmente, estou fazendo estaquia de Sabugueiro e através disto, aprendi grande lição. Depois de várias tentativas e semanas e uns dois ou 3 meses de espera, na ânsia de ver brolhar os primeiros brotos, vendo aqueles gravetos secos, desistia de regar, arrancava essas mudas e as jogava no lixo. De uns tempos para cá, percebi que aqueles gravetos, apesar de secos, não estavam mortos como pareciam, mas na ponta enterrada surgiam pequenas radículas vivas e que aquilo poderia ser o resultado positivo da longa espera e dedicação regando o que não tinha vida aparente. Criei ânimo e, com determinação, continuei regando por semanas e mais semana até que vi surgir nova plantinha de onde não parecia mais haver vida. Com isso, não pude degustar o gostinho da vitória como até descobri uma possível nova fonte de renda.

Há uns 8 anos, morando numa chácara com imenso jardim, percebi que uma certa Tangerineira estava triste, dando poucos frutos. Apesar de serem bastante azedas, resolvi limpar o terreno ao redor dela para que pudesse eliminar o sufoco que a grama Batatais lhe fazia, roubando-lhe a força e o vigor, a impedir-lhe de fazer sua função básica que é dar frutos, segundo sua espécie. Quanto mais limpava o entorno de seu caule, mais profundo aquele emaranhado de raízes se fazia a se amarrar nas raízes do suposto pé de Tangerina. Há mais ou menos um metro e meio de chão abaixo, consegui livrar suas raízes do domínio das gramíneas e passei a aguar a árvore todos os dias e esta, me retribuiu na próxima colheita com centenas e centenas de limões, pois é na verdade um limoeiro exótico de agradabilíssimo sabor. Lembro de ter ouvido uma voz interior em alto e bom som a dizer-me: _ “Cuida bem de tuas raízes!” _ enquanto eu limpava o subsolo por baixo de seu tronco.

Relembrando isso tudo, me deparo meditando sobre essa experiência e que lições posso tomar para minha vida espiritual e terrena. Vivemos semeando a Palavra de Deus e percebemos que algumas pessoas as recebe de imediato e logo começam a praticar, mas por falta de profundidade na Palavra, ou morrem na fé, ou se tornam árvores estéreis. E nós, muitas das vezes desistimos de algumas vidas por acharmos que não vale mais a pena perder tempo com ela, quando na verdade não se trata de perda, mas de investimento que a curto, médio ou longo prazo nos renderá frutos em abundância para a Seara do SENHOR.

Quantos pseudo-gravetos deixamos sucumbir ainda em fase de gestação? O discipulado é a grande oportunidade de produzirmos frutos abundantes para ofertarmos ao SENHOR. É como produzirmos pequenas mudas de Cristo. É como plantar todos os tipos de sementes que cumprirão sua missão de crescer, se reproduzir e morrer. É como gerar, gestar um filho e cuidar deste todos os dias até que atinja sua maturidade. Temos que cuidar, adubar, aguar, podar, até que possam produzir frutos mesmo que aparentemente não vejamos o progresso.

Assim como as plantas crescem da raiz para o caule, o fruto da Seara de Cristo cresce de dentro para fora. Muitas vezes, as aparências enganam. Não podemos queimar etapas, mas cada uma das fases desse cultivo deve ser cumprida uma após outra até que consigamos alcançar o cumprimento de nossa missão.

Que o SENHOR nos abençoe e nos ajude a produzir frutos para a Sua glória!

Esmeraldo Bosco

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Significado de Estaquia: Substantivo feminino. Processo de multiplicação vegetativa das plantas, que utiliza segmentos de caules ou tanchões. Fonte: https://www.dicio.com.br/estaquia/

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A Agonia das Decisões

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Durante a maior parte da História, não tivemos escolha com relação à maioria das coisas em nossa vida. Só podíamos realizar um trabalho, que seria escolhido por nossa família. Só havia um pretendente com quem poderíamos nos casar e nossos pais o escolhiam. Só havia um grupo de pessoas nas proximidades e não dava para evitá-las. Não havia chance de morar em nenhum outro lugar, não era possível comprar muita coisa, não havia notícias de longe e pouca coisa para invejar ou ansiar. Não adiantava nem questionar se estávamos felizes; nada poderia mudar se não estivéssemos. As pessoas existiam entre muros muito firmes e restritivos.

A modernidade nos “libertou” em todos os níveis. Podemos escolher que trabalho queremos, casar com quem desejamos, pedir divórcio a qualquer momento, viver em qualquer lugar, questionar, não obedecer a ninguém. Parece agradável e, de certa forma, realmente é, mas também é um fardo muito pesado e, às vezes, quase intolerável. Nada disso é estranho; pertence às agonias da modernidade.

A boa notícia é que escolher e tomar decisões são coisas que podemos aprender. Entretanto, raramente damos ao ato de tomar decisões o tipo de atenção cuidadosa que ele exige. Quando nos deparamos com uma grande decisão, não temos rituais e procedimentos. Em geral, procrastinamos, nos apoiamos na pessoa mais próxima ou nos apressamos para chegar a uma solução não examinada. Felizmente, a tomada de decisões é uma habilidade como qualquer outra.

Mas, sempre devemos nos atentar que o principal inimigo das boas decisões é a falta de perspectivas suficientes diante de um problema. Deveríamos pensar de forma sistemática e detalhada em um desafio por seis ângulos diferentes: olhos do nosso inimigo, nossa intuição, a coragem, a morte, o cuidado e nossos pais. Esse exercício nos dará a noção de possibilidade de expandir a mente e abrirá um caminho para nos tirar da confusão atual.

Tome decisões analisando através de diferentes ângulos: Coragem, Intuição, Pais, Morte, Cautela, Perspectiva.

Deus nos dá muitas oportunidades na vida, mas muitas vezes nós não as abraçamos. Temos o livre arbítrio para escolher entre o bem e mal.

O sábio e o idiota. O certo e o errado. Temos livre arbítrio. Já disseram que a vida é feita de escolhas e também já disseram que todas elas têm 50% de chances de darem certo ou errado. Portanto, qual chave devo apanhar? Qual porta devo abrir?

Deus nos dá oportunidades, mas cabe a nós fazermos algo com elas. Você pode optar casar-se ou não com aquela pessoa que você escolheu. Separar-se dela ou não. Viajar ou não. Fazer administração ou teologia. Ser funcionário público ou da iniciativa privada…

Quais serão as melhores decisões? Na Bíblia encontramos a seguinte frase:

“AO HOMEM QUE TEME AO SENHOR,ELE O INSTRUIRÁNO CAMINHO QUE DEVE ESCOLHER.”Salmo 25.12.

Ou seja, a escolha é nossa, mas podemos contar com a ajuda Dele nos críticos momentos de escolhas. De fato, escolher é muitas vezes uma crise existencial. E você? O que acha disto tudo?

Luciano Maia em colaboração com TSOL.

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RESILIÊNCIA NA PANDEMIA

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Resiliência – Substantivo feminino

  1. 1.FÍSICA propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
  2. 2.FIGURADO (SENTIDO)•FIGURADAMENTE capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.

Quando nos vemos diante de um futuro difícil, é fácil ficar deprimido e não ter esperança. Mas uma das escolas de filosofia, o estoicismo, tem muito para nos ajudar a lidar com os tempos difíceis que estamos vivendo. Os estoicos amavam e desfrutavam a vida, e faziam isso sendo realistas sobre a imprevisibilidade da vida. Isso é o que significa ser resiliente. É a nossa habilidade – real ou percebida – de superar ou nos recuperar de situações difíceis, de dar a volta por cima dos problemas e entrar nos eixos outra vez.

Resiliência não é deixar para lá.” Nós simplesmente não conseguimos fazer isso depois de muitos eventos da vida – e nem deveríamos querer. Resiliência é sobre seguir em frente, aceitando a perda e a mudança. Mudança é o que mais estamos vivendo neste momento.

Nossa mentalidade – a forma como vemos ou abordamos o mundo e os problemas da vida – frequentemente determina nosso nível de resiliência e, portanto, como lidamos com mudanças e perdas. Desenvolver a resiliência frequentemente requer mudar pensamentos e comportamentos habituais: fazer mais o que aumenta a resiliência e menos o que a diminui.

A Resiliência é a habilidade emocional mais importante para nos ajudar a passar por momentos difíceis e uma das que mais pode contribuir para a nossa saúde mental. A boa notícia é que podemos aprender a desenvolvê-la, ficando mais fortes e confiantes.

Resiliência é a habilidade de aceitar perdas e mudanças e superar o estresse e os contratempos no trabalho, no casamento, na saúde, na vida…

As pessoas resilientes são capazes de se manterem com energia, saudáveis e produtivos ou retornar rapidamente a esse estado durante e após a exposição a eventos estressantes no trabalho. Elas aceitaram que toda mudança traz um pouco de perda e reconhecem a perda como parte natural de toda a vida profissional (e pessoal). A mentalidade de crescimento permite que eles se recuperem rapidamente após a perda. Suas estratégias para superar a perda e o estresse costumam incluir lembrar a si e aos outros de sucessos passados e considerar episódios estressantes como uma oportunidade para aprender.

Pessoas com falta de resiliência são mais propensos ao esgotamento ou a sofrer gravemente com perdas e estresse no trabalho. Altos níveis de pressão os distraem do trabalho e diminuem sua capacidade de concentração. Eles podem ter dificuldades para desenvolver a consciência dos sinais físicos de estresse e cuidar adequadamente do corpo. Além disso, podem achar difícil deixar de lado o que se perdeu e se apegar ao passado, demorando muito tempo para se recuperar de fracassos.

Vários heróis bíblicos possuem em comum o fato de terem demonstrado (ou aprendido a resiliência). Moisés foi um resiliente. E você? Será que Deus está trabalhando a fé e a esperança dentro de sua alma, transformando você em uma pessoa mais resiliente às intempéries da existência?

Luciano Maia, com colaboração de TSOL.

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Não olha Pai…

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Eu sorri e disse para ele que não era para ele encher o baldinho com água dentro de casa, porque a sua mãe não iria gostar e que esse ato iria ter as consequências, mesmo eu deixando de olhar.

Hoje eu fui tomar banho e John Victor, meu filho de 3 anos, também entrou banheiro para lavar as mãos, mas depois que ele lavou as mãos, ele queria brincar com água e encher um baldinho com água para brincar dentro de casa com a água, dai eu olhei pra ele e ele me disse: Não olha Pai!

Eu fiquei imaginando minha vida com meu Pai Celestial, o Deus criador de tudo, e quantas vezes eu olhei para Ele, como John me olhou e disse, Não olha Pai… Já disse para meu Pai celestial não olhar para mim, quando não estava mais querendo fazer parte da missão, quando não estava mais querendo ir `a igreja e ter comunhões com os irmãos, e mais outras vezes.

As vezes acredito que muitos de nós  somos como John Victor, e na inocência da nossa existência, não importando a idade que estamos, sempre seremos essa eterna “criança” diante de Deus-Pai, o Pai relacional, que está ali conosco, mesmo dentro do banheiro; nos acompanhando em todos os instantes das nossas vidas, mesmo nos momentos em que queremos, pecar, desistir, fugir, mudar de rota e mesmo quando pedimos para Ele não olhar para nós .

Não importa em que fase da vida você esteja, talvez em algum momento você já pensou em desistir, em não fazer o que Deus tem para sua vida, talvez já tenha abandonado o que Deus te deu para cuidar, como sua família, sua casa, sua empresa, seus amigos, sua igreja, mas mesmo assim, esse Deus Pai, amoroso, cuidador, relacional estará sempre ali presente para te orientar e te falar que mesmo que Ele não olhe, vai ter sempre a Mae-consequência, ali para te cobrar os resultados das suas escolhas, mas que essas consequências, não  serão castigo, mas apenas uma ordem natural da vida com liberdade para escolhas e consequências.

Joberson Lopes, Valparaiso de Goiás, 04/06/20.

Originalmente publicado em https://ferreirodedeus.com.br/

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